- segunda-feira, 13 junho 2016 22:55
O projeto de lei 1.013/2011 deverá ser votado essa semana comissão especial da Câmara, de onde seguirá diretamente para o Senado, caso seja aprovada.
O diesel é um combustível altamente poluente, usado no Brasil apenas em veículos comerciais pesados, como caminhões, ônibus e carros leves comerciais. Desde a década de 1970, o país veta a comercialização e fabricação de carros de passeio que usam o combustível, realidade que a proposta do deputado Aureo (Solidariedade-RJ) quer mudar.
Os ambientalistas consideram que o projeto é um atentado aos interesses da sociedade brasileira e defendem seu arquivamento. De acordo com os signatários, se aprovado, a proposta porá o Brasil na contramão da tendência mundial de reduzir a poluição no setor de transportes e dificultará o cumprimento das metas climáticas nacionais no Acordo de Paris.
“É incrível que ainda tenhamos gente no Brasil que aposta no obsoleto para justificar ganhos de curto prazo. O mundo caminha na direção da economia de baixo carbono e do crescimento inclusivo. O país que mostrou ao mundo o caminho dos biocombustíveis não pode ter como escolha usar diesel em seus carros de passeio. Não é só uma medida absurda ou extemporânea. É inaceitável”, disse a ex-ministra Izabella Teixeira.
Para o médico Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP e um dos maiores especialistas do Brasil em poluição atmosférica urbana, o projeto de lei traz risco potencial de dano à saúde de milhões de habitantes de metrópoles brasileiras.
“Os veículos a diesel são as principais fontes de compostos como particulados finos e óxidos de nitrogênio e enxofre, que causam problemas sérios de saúde. Deveríamos discutir como ampliar o transporte coletivo e reduzir o uso de diesel, mas o projeto propõe o inverso: mais transporte individual e mais diesel. Ou seja, mais congestionamento, ar mais poluído e, potencialmente, mais mortes precoces.”
Leia a carta na íntegra.
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