segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Filhotes de onças no Iguaçu trazem esperança para a conservação

Filhotes de onças no Iguaçu trazem esperança para a conservação



09 Agosto 2018   |   0 Comments
Por Taís Meireles

Podem homens e onças conviver em harmonia? Esta é a questão que o WWF-Brasil está ajudando a responder em Foz do Iguaçu, divisa entre Brasil e Argentina. Uma das áreas mais críticas para a conservação de onças-pintadas (Panthera onca), a região do Parque Nacional do Iguaçu, conhecida como Alto Paraná, é um pedaço de Mata Atlântica, o bioma onde os cientistas estimam viverem hoje apenas cerca de 200 onças-pintadas, menos de 1% da população original da espécie.

Isso vem acontecendo devido ao desmatamento, ocupação humana e outras ameaças ao animal. Para ajudar a proteger a onça pintada, o WWF-Brasil e a Fundación Vida Silvestre Argentina têm trabalhado junto com o WWF-Paraguai e instituições locais como o projeto Onças do Iguaçu e o Instituto de Biologia Subtropical da Argentina, nucleado no Projeto Yaguareté.

Recentemente, o programa trinacional da Mata Atlântica comemorou um aumento de cerca de 30% em indivíduos de onça-pintada no Parque Nacional do Iguaçu. Em 2014, a quantidade de onças-pintadas na região era estimada em 51 a 84 indivíduos. Agora, um novo estudo de 2017 estima entre 71 e 107 animais. O monitoramento foi baseado em meses de análise fotográfica de imagens de armadilhas fotográficas coletadas em 2016 na floresta.

O Parque Nacional do Iguaçu é uma área protegida que atravessa o território brasileiro e argentino. É um parque aberto ao público, que recebe quase 2 milhões de visitantes por ano apenas no Brasil. É considerado Patrimônio Natural Mundial da Humanidade por causa das incríveis Cataratas do Iguaçu, uma paisagem de tirar o fôlego no meio de uma incrível área de Mata Atlântica conservada – uma das poucas que ainda existem.

Visitantes de 166 países visitaram o lado brasileiro do parque em 2017, sem contar com pesquisadores que vão até lá para ver a incrível fauna e flora. Apenas de borboletas, os cientistas estimam cerca de 800 espécies diferentes no parque! Outro mérito incrível dessa área protegida é a geração de renda. Mais da metade dos empregos da cidade de Foz do Iguaçu (PR) estão relacionados às atividades de visitação.

Agora, em agosto de 2018, o parque ganhou mais um motivo para comemorar: o Projeto Onças do Iguaçu acaba de registrar três novos filhotes vivendo por lá. As adoráveis fotos das pequenas onças-pintadas foram publicadas no Facebook, logo após o WWF-Brasil e o projeto lançarem juntos um guia para os produtores rurais lidarem melhor com o animal.

A parceria entre o WWF-Brasil e o Projeto Onças do Iguaçu serve justamente para promover a coexistência entre onças e homens. Isso inclui ações de educação ambiental com a comunidade local, apoio à equipe do projeto e materiais de comunicação, como a cartilha.

Com os três novos filhotes, o projeto está fazendo um esforço grande de envolver a comunidade do parque, incluindo turistas, trabalhadores e produtores rurais, para dirigir com mais cuidado nas vias que cercam a área onde as oncinhas foram vistas. Sinais e cones foram colocados na pista e o projeto publica diariamente mensagens nas redes sociais e grupos de WhatsApp.

Cada novo animal oferece esperança para a conservação dessa espécie, fundamental para o meio ambiente. A onça-pintada é uma espécie prioritária para a conservação, pois é considerada um bioindicador do ecossistema. Ou seja, a conservação da onça influencia as suas presas e toda a cadeia alimentar. Portanto, a conservação da onça-pintada significa a conservação da própria Mata Atlântica, um bioma que detém 7% de todas as espécies de plantas do planeta e 5% de todas as espécies de vertebrados (Cullen Jr., Bodmer & Valladares Pádua, 2000).

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