Nascimento de primeiro filhote de bisão na Inglaterra onde espécie estava extinta há milhares de anos surpreende a todos
Em julho, três fêmeas de bisão foram soltas na reserva natural de Blean Woods e Thornden Woods, em Kent, no sudeste da Inglaterra, onde a espécie, o maior mamífero terrestre do continente europeu, havia sido extinta da vida selvagem há milhares de anos, mais exatamente, 6 mil anos. O projeto de reintrodução do Bison bonasus é pioneiro no país e quer analisar como esse animal poderá ajudar a restaurar a vegetação degradada do interior inglês.
No final desse mês, um macho vindo da Alemanha irá se juntar ao grupo, mas para surpresa geral, mesmo antes da chegada dele, já há um novo indivíduo, ou melhor, uma nova integrante no rebanho: uma filhote, nascida em setembro.
Nenhum dos guardas-florestais que monitoravam os bisões sabiam da gravidez de uma das fêmeas, que já estava prenha antes da reintrodução. As fêmeas da espécie escondem os sinais da gestação, um mecanismo de defesa para evitar o ataque de predadores.
No final da semana passada, pega totalmente de surpresa, mas muito feliz, a equipe do Kent Wildlife Trust, uma das organizações responsáveis pela reintrodução dos bisões, divulgou a grande novidade pelas suas redes sociais:
“Temos um ‘pequeno’ anúncio… Há um novo membro da manada! Junte-se a nós para dar as boas-vindas ao mais novo herói do ecossistema de Kent!
Em setembro, um de nossos bisões deu à luz uma adorável bezerra. Ela é o quarto membro do rebanho de bisões Wilder Blean, uma equipe de engenheiros do ecossistema que está transformando West Blean e Thornden Woods para combater as crises climáticas e de biodiversidade.
A filhote já tem muita personalidade – adora brincar na chuva e já imita os comportamentos icônicos da mãe e das tias!”
Bisões são conhecidos como “engenheiros” de seus ecossistemas porque seus hábitos ajudam a criar um habitat mais favorável a outras espécies e com isso, restaurar a biodiversidade perdida. Esses animais, por exemplo, abrem trilhas na floresta e gostam de comer as cascas de algumas árvores, o que acaba as matando, e isso é benéfico para certas plantas, vertebrados e aves.
Segundo a equipe da Kent Wildlife Trust, mesmo em pouco tempo, já é possível notar diferença na área onde as bisões estão.
“Elas criaram caminhos, que já abriram o dossel, e estão mastigando cascas de árvores, que com o tempo criarão material orgânico, tão valioso para toda uma série de espécies diferentes”, diz Vicki Breakell, especialista da entidade, em entrevista ao jornal The Guardian.
O plano é que aos poucos, mais indivíduos sejam adicionados ao rebanho de Kent. No verão do ano que vem, os animais serão levados para uma área maior, onde terão uma vida completamente selvagem. Como as primeiras fêmeas são oriundas de cativeiro, nesse primeiro momento estão recebendo um suplemento alimentar, mas que em breve será descontinuado.
A filhote, que tem pouco mais de um mês de vida
No ano que vem, além da reintrodução dos bisões, serão soltos também pôneis (Exmoor) e porcos selvagens.
Estima-se que hoje existam em toda a Europa 9 mil bisões. Todavia, eles são descendentes de apenas 12 animais que vivem em zoológicos, o que compromete a segurança genética da espécie.
Abaixo outro vídeo da filhote bisão, em plena atividade, e com muita energia:
Foto de abertura: divulgação Kent Wildlife Trust/Donovan Wright
Nenhum comentário:
Postar um comentário