A coordenação da campanha da candidata do PSB
à presidência da República Marina Silva informou que há dois erros no programa
de governo divulgado nesta sexta-feira, dia 31. Uma modificação substancial foi
feita no capítulo "LGBT" e a nova versão é mais genérica do que a
original. Outro objeto de mudança foi uma referência ao desenvolvimento da
energia nuclear.
Na página 216 do capítulo LGBT do programa
de governo divulgado na sexta consta que a candidata propõe "apoiar
propostas em defesa do casamento civil igualitário", uma referência à
"aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação,
que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição e no Código
Civil." A correção da coordenação da campanha é mais genérica:
"Garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo
sexo."
Na página 215 do programa anunciado por
Marina em São Paulo
há uma linguagem mais incisiva do que nova versão. "Ainda que tenhamos
dificuldade para admitir, vivemos em uma sociedade sexista, heteronormativa e
excludente em relação às diferenças." O texto destaca em seguida que
"os direitos humanos e a dignidade das pessoas são constantemente violados
e guiados, sobretudo, pela cultura hegemônica de grupos majoritários (brancos,
heterossexuais, homens, etc.)
E ainda ressalta que "uma sociedade em
que somente a maioria - seus valores, tabus e interesses - é atendida pelo
poder político, enquanto minorias sociais e sexuais silenciam, não pode ser
considerada democrática."
A nova redação do tema ficou assim:
"Ainda que tenhamos dificuldade para admitir, vivemos em uma sociedade que
tem muita dificuldade de lidar com as diferenças de visão de mundo, de forma de
viver e de escolhas feitas em cada área da vida. Essa dificuldade chega a
assumir formas agressivas e sem amparo em qualquer princípio que remeta a relações
pacíficas, democráticas e fraternas entre as pessoas."
Além disso, o texto que deve prevalecer
ressalta que "nossa cultura tem traços que refletem interesses de grupos
que acumularam poder enquanto os que são considerados minoria não encontram
espaços de expressão de seus interesses." A nova versão aponta ainda que,
"a democracia só avança se superar a forma tradicional de supremacia da
maioria sobre a minoria e passar a buscar que todos tenham formas dignas de se
expressar e ter atendidos seus interesses. Os grupos LGBT estão entre essas
minorias que têm direitos civis que precisam ser respeitados, defendidos e
reconhecidos, pois a Constituição Federal diz que todos são iguais perante a
lei.
A segunda correção foi a exclusão da energia
nuclear como fonte importante de geração de energia para o País. Na página 144,
o programa de energia nuclear foi apontado como um dos que merecem atenção para
aperfeiçoamento e aumento de sua participação na matriz energética do País.
Contudo, foi informado que sobre o tema o
que deve ser seguido está na página 65, no item 3: "Realinhamento da
política energética para focar nas fontes renováveis e sustentáveis, tanto no
setor elétrico como na política de combustíveis, com especial ênfase nas fontes
renováveis modernas (solar, eólica, de biomassa, geotermal, das marés, dos
biocombustíveis de segunda geração."
Fonte: Estadao Conteudo
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