CORREIO BRAZILIENSE - 07/03
A falta de limites tem sido empecilho para avanços importantes no país. Na quinta-feira, a Via Campesina e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) perderam, mais uma vez, a noção de medida. Integrantes dos dois movimentos interromperam reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que, em Brasília, avaliava pedido de liberação da produção de eucalipto transgênico.
Em ação sincronizada, no município paulista de Itapetininga, cerca de mil mulheres invadiram a Futuragene, subsidiária da Suzano Papel e Celulose, que desenvolve pesquisas biotecnológicas. Elas destruíram estufas com mudas de eucalipto transgênico e picharam os prédios da unidade. Nove anos atrás - março de 2006 -, integrantes de ambos os grupos vandalizaram os laboratórios da Aracruz Celulose pelo mesmo motivo. No passado como agora, os prejuízos são incalculáveis.
O MST e a Via Campesina opõem-se às pesquisas com organismos geneticamente modificados (OGMs). Ainda que pairem dúvidas sobre os efeitos dos produtos à saúde humana, é inadmissível que as organizações sociais apelem para a violência. Há meios civilizados de combater o que julgam ser nocivo à sociedade. Não é dado a ninguém o direito de destruir o patrimônio privado e de impedir estudos cujos resultados podem se traduzir em ganhos de conhecimento.
Prepotência, arrogância e convicção de impunidade são a força motriz das ações irresponsáveis de parcela dos movimentos populares. O eucalipto e outras espécies destinadas à expansão da oferta de madeira são produtos altamente comerciais e com elevada capacidade de sequestro de carbono, importantíssimo à retirada da atmosfera de gases de efeito estufa. Mais: a atividade é alternativa à extração de madeira das florestas para atender o setor industrial.
A ação capitaneada pelo MST e pela Via Campesina está revestida de equívocos, sobretudo quando agricultores familiares - grande parte assentada pela reforma agrária e egressa dos movimentos sociais - demandam das instituições públicas de pesquisa a domesticação de espécies aos diferentes ecossistemas. A criação de variedades representa ganhos para a produção e o conhecimento, e torna viável a exploração agrícola de propriedades rurais.
Hoje é crescente o número de agricultores familiares que adere à agroecologia. O intuito é consumir e oferecer à população produtos com mais qualidade e livres de veneno. A tendência beneficia a todos os segmentos da sociedade, vez que a produção familiar corresponde a mais de 70% do consumido pelos brasileiros.
Melhor será se a produção de matéria-prima para a indústria ocupar menos terras e liberar aos pequenos mais espaço de cultivo. Pra isso, pesquisa e tecnologia são fundamentais. A truculência é retrocesso e não cabe em sociedade moderna. Sem complacência, a lei deve ser aplicada com rigor para inibir a falta de limites movida pela certeza da impunidade.
A falta de limites tem sido empecilho para avanços importantes no país. Na quinta-feira, a Via Campesina e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) perderam, mais uma vez, a noção de medida. Integrantes dos dois movimentos interromperam reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que, em Brasília, avaliava pedido de liberação da produção de eucalipto transgênico.
Em ação sincronizada, no município paulista de Itapetininga, cerca de mil mulheres invadiram a Futuragene, subsidiária da Suzano Papel e Celulose, que desenvolve pesquisas biotecnológicas. Elas destruíram estufas com mudas de eucalipto transgênico e picharam os prédios da unidade. Nove anos atrás - março de 2006 -, integrantes de ambos os grupos vandalizaram os laboratórios da Aracruz Celulose pelo mesmo motivo. No passado como agora, os prejuízos são incalculáveis.
O MST e a Via Campesina opõem-se às pesquisas com organismos geneticamente modificados (OGMs). Ainda que pairem dúvidas sobre os efeitos dos produtos à saúde humana, é inadmissível que as organizações sociais apelem para a violência. Há meios civilizados de combater o que julgam ser nocivo à sociedade. Não é dado a ninguém o direito de destruir o patrimônio privado e de impedir estudos cujos resultados podem se traduzir em ganhos de conhecimento.
Prepotência, arrogância e convicção de impunidade são a força motriz das ações irresponsáveis de parcela dos movimentos populares. O eucalipto e outras espécies destinadas à expansão da oferta de madeira são produtos altamente comerciais e com elevada capacidade de sequestro de carbono, importantíssimo à retirada da atmosfera de gases de efeito estufa. Mais: a atividade é alternativa à extração de madeira das florestas para atender o setor industrial.
A ação capitaneada pelo MST e pela Via Campesina está revestida de equívocos, sobretudo quando agricultores familiares - grande parte assentada pela reforma agrária e egressa dos movimentos sociais - demandam das instituições públicas de pesquisa a domesticação de espécies aos diferentes ecossistemas. A criação de variedades representa ganhos para a produção e o conhecimento, e torna viável a exploração agrícola de propriedades rurais.
Hoje é crescente o número de agricultores familiares que adere à agroecologia. O intuito é consumir e oferecer à população produtos com mais qualidade e livres de veneno. A tendência beneficia a todos os segmentos da sociedade, vez que a produção familiar corresponde a mais de 70% do consumido pelos brasileiros.
Melhor será se a produção de matéria-prima para a indústria ocupar menos terras e liberar aos pequenos mais espaço de cultivo. Pra isso, pesquisa e tecnologia são fundamentais. A truculência é retrocesso e não cabe em sociedade moderna. Sem complacência, a lei deve ser aplicada com rigor para inibir a falta de limites movida pela certeza da impunidade.
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