Dilma Rousseff já pode fazer a contagem regressiva para
deixar a Presidência da República, depois que Eduardo Cunha anunciou seu
rompimento com o governo? A resposta parece ser positiva. Revoltado depois que
sofreu uma devassa fiscal promovida pelo Núcleo de Inteligência da Receita
Federal e injuriado por ter sido denunciado em delações premiadas da Lava Jato,
o presidente da Câmara garante ter maioria folgada, de mais de 300
parlamentares, para votar e aprovar um pedido de impeachment de Dilma, por
crime de responsabilidade, seja em função das pedaladas fiscais ou por qualquer
outro motivo.
[o complicado não é confiar na maioria que Cunha diz ter e acredito tenha; o dificil é acreditar na firmeza oposicionista dele.
afinal,
quem seria capaz de imaginar que o senador Delcídio, líder do PT,
tinha no Senado maioria suficiente para impor uma derrota à Dilma por 62
a 0, com senadores petistas votando, incluindo o próprio líder.]
Na onda de "oposicionista", Eduardo Cunha
resolveu partir para um confronto final com a petelândia. Mandou criar a CPIs
do BNDES - que vai atingir o até agora intocável Luciano Coutinho (presidente
do banco e membro do conselho de administração da Petrobras). Em agosto, Cunha
já dá como certa outra bomba: a instalação da CPI dos Fundos de Pensão. Cunha
avalia que acaba com Dilma e Lula, acendendo a fogueira destas duas comissões
parlamentares de inquérito.
O grande perigo do movimento oposicionista, aparentemente
sem retorno, de Eduardo Cunha é que o governo ficará definitivamente paralisado.
Tal inércia compulsória, combinada com as besteiras que agravaram a maior crise
estrutural, política, econômica e moral nunca antes vista em nossa história,
tende a parar o Brasil, se não houver uma solução imediata para o impasse
institucional que tem tudo para se prolongar. [o Brasil parando, a solução esperada virá. Será questão de defender o Brasil, missão que é DEVER Constitucional das.... ]
Cunha já avisou ontem que, em 30 dias, terá um parecer
sobre 11 pedidos de impedimento da Presidenta apresentados na Câmara. Cunha já
soltou seus pit-buls contra Dilma. Mandou ontem um ofício ao deputado Jair
Bolsonaro (PP-RJ), dando um prazo de dez dias para ele justificar o pedido de
impeachment feito em 12 de março deste ano. O de Bolsonaro é o único pedido
feito e assinado por um parlamentar - o que tem peso jurídico. Militantes do
Movimento Brasil Livre também pediram o afastamento de Dilma. Cunha quer
esgotar a pauta de pedidos com votação no plenário que ele domina.
A revolta de Eduardo Cunha fará com que a Câmara comece a
cumprir uma obrigação: a análise das contas dos governos. Isto nunca foi feito
na gestão dos petistas. A última apreciação e aprovação ocorreu em 2002, com
Fernando Henrique Cardoso. As contas de todas as administrações de Luiz Inácio
Lula da Silva (2003 a 2010) e de Dilma Rousseff (2010 até agora) nunca foram
analisadas pelo Congresso Nacional.
Bolsonaro defende a tese de que Dilma foi beneficiada
pelos desvios de dinheiro na Petrobras e cometeu crime contra a administração
pública ao não atuar contra os desmandos: "Mais do que despreparo,
mostra-se evidente a omissão da denunciada ao deixar de adotar medidas
preventivas e repressivas para combater o câncer da corrupção em seu governo,
mantendo, perto de si e em funções de alta relevância da administração federal,
pessoas com fortes indícios de comprometimento ético e desvios de conduta.
Deixou de agir em defesa da sociedade da qual é responsável máxima na
administração pública".
Resumindo toda essa opereta da hecatombe tupinuquim: Quem puder menos vai se ferrar mais...
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