sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Carlos Chagas O CRIME JÁ FOI PRATICADO




A presidente Dilma completou ontem o repasse de 72,5 bilhões de reais para o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e outros bancos públicos, dinheiro que havia retirado de seus cofres para equilibrar as contas do governo.  Assim, Madame  livrou-se das acusações de haver apelado para recursos ilegítimos que a lei proibia, imaginando escapar do processo de impeachment aberto contra ela no Congresso.


O diabo é que o crime já havia sido praticado, mas tem pior nessa equação contábil.  Só no Rio, para não lembrar outros Estados, a saúde pública encontra-se em frangalhos, com a população à míngua, amontoada sem tratamento em filas na porta de hospitais e postos de saúde.


Os 72,5 bilhões serviram para equilibrar as despesas dos estabelecimentos oficiais ou para  evitar o sofrimento dos fluminenses abandonados e entregues à própria sorte, sem médicos, enfermeiros, remédios e equipamento imprescindível à própria sobrevivência?  No Rio e no restante do país.

O que teria sido melhor?  O desvio ou o uso da quantia desviada para minorar as agruras da população?  A quem deve atender o poder público? Ao cidadão carente ou ao governante em vias de perder o mandato e parar na  cadeia?  Pior ainda quando se conclui que o rombo nas contas públicas não se limitou aos 72,5 bilhões, pois em 2015 alcançou 118, 6 bilhões.

Evidência maior inexiste de incompetência administrativa, em especial se puder ser aferida a quantia surripiada pela corrupção na Petrobrás e demais empresas públicas. Já tem gente presa, entre políticos, parlamentares, empreiteiros e altos funcionários, mas até agora não se conseguiu somar o quanto foi desviado.  Provavelmente muito mais do que 118.6 bilhões. Há quem calcule acima de trilhões. Será que  os ladrões poderão devolver?

Conseguirá o governo aplicar o dinheiro roubado em benefício da sociedade?


Ontem, último dia do ano, tudo continuou subindo, dos transportes coletivos ao dólar, da inflação aos gêneros de primeira necessidade. Dos impostos à taxas e tarifas, os alugueis e os combustíveis. Menos os salários. Parece evidente que nada vai mudar.

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