Publicado em julho 26, 2016 por Redação
Seis primeiros meses do ano registraram as mais altas temperaturas já verificadas em toda a história. Média de temperatura ficou 1,3 ºC acima dos valores da era pré-industrial e 1,05 °C mais quente do que a média do século XX. Ártico está derretendo mais rápido e chuvas estão irregulares pelo mundo.
Os seis primeiros meses deste ano registraram as mais altas temperaturas já verificadas em toda a história e quebraram o recorde de aquecimento de 2015 — que havia sido declarado o ano mais quente no início de 2016 —, segundo novo levantamento publicado na quinta-feira (21) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
De janeiro até junho de 2016, a média global foi estimada em 1,3 °C acima dos valores da era pré-industrial no final do século XIX e 1,05 °C mais quente do que a média do século XX. Este último valor é 0,2 °C mais elevado do que a alta da temperatura mundial observada em 2015 na comparação com os últimos 100 anos.
Os números são um forte indício de que 2016 poderá ser o ano mais quente já registrado. Em parte, o aquecimento do primeiro semestre deste ano foi devido ao intenso El Niño que afetou diversas regiões do planeta de 2015 até maio de 2016.
Embora o fenômeno climático já tenha se dissipado, “as mudanças climáticas causadas por gases do efeito estufa não vão passar”, alertou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. Isso significa mais ondas de calor e tempestades extremas e um risco maior de ciclones tropicais.
A agência das Nações Unidas também chamou atenção para o derretimento do gelo no oceano ártico, que começou mais cedo nesse ano e está destruindo as calotas mais rapidamente. Atualmente, a extensão do mar congelada no auge do verão é 40% menor do que a área coberta por gelo no final dos anos 1970 e início dos 1980.
Junho de 2016 foi o 14º mês seguido de calor recorde em terra e nos mares. O período também foi o 378º mês consecutivo com temperaturas acima da média do século XX — os últimos 30 dias com temperatura estimada abaixo dessa média foram observados em dezembro de 1984.
Outro fator preocupante para a OMM é a elevada concentração de dióxido de carbono na atmosfera — que já ultrapassou a marca simbólica de 400 partes por milhão, chegando a 407 ppm em junho. O volume representa um aumento de 4 ppm na comparação com o mesmo mês do ano passado.
“Isso deixa mais evidente do que nunca a necessidade de aprovar e implementar o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas e de acelerar a mudança para economias de baixo carbono e energias renováveis”, ressaltou o chefe da OMM.
Também nesta semana, o chefe da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo a líderes mundiais para que ratifiquem o Acordo e compareçam a um evento especial na sede das Nações Unidas em 21 de setembro.
Chuvas irregulares pelo mundo
O levantamento da OMM também destaca que o volume de chuvas em junho de 2016 apresentou variações significativas pelo mundo.Regiões, como o oeste e a porção central do território dos Estados Unidos, o nordeste do Brasil, a Espanha, o norte da Colômbia, o Chile, o sul da Argentina e partes do centro da Rússia, registraram índices de precipitação bem abaixo do normal.
Já o norte da Argentina, a Austrália, as regiões centrais e sul da Ásia e o norte e o centro da Europa foram afetados por chuvas acima da média.
De janeiro a início de julho, a China registrou um aumento de 21,2% no volume pluviométrico.
Províncias ao sul do país entraram na estação de cheias em 21 de março, 16 dias antes do esperado. Mais de 150 condados quebraram recordes de chuvas e mais de 300 rios ultrapassaram marcas de elevação das águas.
Da ONU Brasil, in EcoDebate, 26/07/2016
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