Por Sarah V Schweig / Tradução de Talita Oliveira
Tundra,
o único urso polar em Nova York, EUA, deitava sozinho sobre seu fosso
de concreto no último dia 6 no Bronx Zoo, enquanto a temperatura chegava
em torno de 32 graus Celsius.
Uma
multidão se formava em frente à grade do recinto ao céu aberto de
Tundra. A princípio, muitos sequer conseguiram ver o urso imóvel,
misturado ao cimento claro. Quando o reconheceram, disseram “Olhem, ele
está logo ali”.
Tundra,
de 25 anos, não estava se mexendo. Deitado ao sol, ele somente se movia
algumas vezes, erguendo a pata para pegar sua bola que ele deixou por
perto.
O
sol ardia intensivamente e com um pouco de vento, o ar ficou denso e
seco. Os visitantes assistiram por alguns momentos antes de partirem.
Ao final do dia, Tundra foi visto andando para lá e para cá em uma faixa de sombra.
Nos
últimos anos, iniciou-seum debate sobre se é certo manter animais em
zoológicos. E nessa semana (do dia 6), a morte de um urso polar chamado
Arturo, conhecido como um dos animais mais tristes do mundo,
desencadeou uma conversa sobre se era antiético mantê-lo no zoológico
na Argentina, onde as temperaturas podem alcançar em torno dos 37 graus.
Arturo vivia em condições que o “levaram à loucura”, parcialmente devido ao clima árido no Zoológico de Mendoza ser diferente do habitat natural de um urso polar.
“Já vi ursos polares na natureza e já visitei zoológicos a minha vida inteira” contou Barry MacKay, associado sênior do programaBorn Free USA,
ao The Dodo, pouco depois da morte de Arturo. Mackay foi membro do
movimento em 2014 que tentou que realocassem Arturo a algum zoológico no
Canadá, onde o clima seria mais apropriado para ele.
“Eu
tento bastante não ser dogmático, não condenar ou perdoar de nenhuma
maneira. Há muitas espécies de animais que, com cuidado adequado,
conseguem ser alocados nos zoológicos longe de suas diversidades
naturais”, continua MacKay. “Porém, em relação aos animais de grande
porte,temos a questão se é possível ou não oferecer um ambiente adequado
para eles. O urso polar se enquadra neste grupo.”
MacKay
observa que os ursos polares evoluíram para viver em um determinado
tipo de vida. “Cada parte do corpo de um urso polar é projetada para a
neve, para o gelo, para atividades predatórias e para perambular por
grandes distâncias”, conclui.
Nessa
mesma quarta-feira, já fora do recinto de Tundra, um garoto que olhava o
urso por alguns instantes, comentou com seu amigo. “Me sinto mal por
ele. Eu mesmo estou morrendo de calor”.
O Zoológico do Bronx não respondeu imediatamente ao pedido de comentários do The Dodo.
Fonte: The Dodo
Nenhum comentário:
Postar um comentário