A Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas) – representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas
Américas – publicou no dia 19 de fevereiro critérios inéditos para a
classificação dos alimentos processados e ultra-processados. Com os
novos parâmetros, a agência da ONU quer mudar conceitos anteriores sobre
o que seriam quantidades excessivas de sal, açúcar e gordura em
produtos industrializados.
O
objetivo é fornecer orientações aos Estados-membros para que estes
implementem políticas públicas de incentivo à alimentação saudável.
“Temos dados que mostram que o consumo de alimentos pobres em
nutrientes, ricos em calorias e ultra-processados nos países das
Américas está diretamente relacionado a taxas crescentes de sobrepeso e
obesidade”, afirmou a conselheira sênior da Opas sobre Alimentos e
Nutrição, Chessa Lutter.
Segundo a agência, dietas pouco
saudáveis estariam contribuindo para uma epidemia cada vez maior de
doenças crônicas, como diabetes, câncer e doenças do coração.
A Opas acredita que, com as novas
definições, os países poderão elaborar regulações mais efetivas para,
por exemplo, determinar que tipo de alimento poderá ser vendido ou
servido em escolas
O novo Modelo de Perfil de Nutrientes da Opas define
os alimentos processados como produtos alimentícios que são produzidos
industrialmente usando sal, açúcar ou outros ingredientes para
preservá-los ou torná-los mais palatáveis.
Comidas ultra-processadas
Já as comidas ultra-processadas são aquelas industrialmente formuladas
que contêm substâncias extraídas de alimentos – como caseína, soro de
leite e proteínas isoladas – ou substâncias sintetizadas a partir de
constituintes alimentares – como óleos hidrogenados, amidos modificados e
sabores.
De acordo com os critérios estabelecidos
pela Opas, ambos os tipos de produtos apresentam quantidades excessivas
de açúcar, sal e gordura quando: a quantidade de açúcares adicionados
ou de gorduras saturadas representar 10% ou mais do total de calorias;
ou as calorias associadas a todas as gorduras somarem 30% ou mais de
toda a carga energética do alimento em questão; ou as calorias da
gordura trans forem igual a 1% ou mais do total de calorias; ou ainda
quando a proporção de sódio, em miligramas, em relação às calorias for
de um para um ou mais.
Aplicação dos parâmetros
Esses parâmetros devem ser aplicados a todos os alimentos processados e
ultra-processados, desde vegetais em conserva até ‘frios’, batatas
fritas, sorvetes, iogurtes com sabor, cereais e barras de cereais. As
classificações não servem para comidas não industrializadas ou
minimamente processadas, como vegetais frescos ou congelados, legumes,
grãos, frutas, raízes, tubérculos, carnes, peixes, leite, ovos e pratos
preparados com esses alimentos.
A Opas acredita que, com as novas
definições, os países poderão elaborar regulações mais efetivas para,
por exemplo, determinar que tipo de alimento poderá ser vendido ou
servido em escolas. Restrições à publicidade infantil de alimentos pouco
saudáveis também estão entre as medidas recomendadas.
Rótulos específicos
Outras políticas públicas podem envolver a exigência de rótulos
específicos nos produtos industrializados, que alertem para a presença
de sal, açúcar ou gordura em excesso.
Segundo a Opas, os Estados-membros podem
ainda criar impostos distintos para alimentos processados pouco
saudáveis, como refrigerantes à base de açúcar, além de redistribuir
subsídios para a agricultura, a fim de estimular a produção e o consumo
de produtos frescos.
(Via ONU Brasil)
Fonte: EcoD
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