Meio Ambiente
Ela são ameaçadas principalmente pela agricultura, por conta especialmente da lavoura extensiva.
25 de maio de 2016 • Atualizado às 09 : 31
25 de maio de 2016 • Atualizado às 09 : 31
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo centro botânico Kew
Gardens, de Londres, aponta que cerca de 20% das plantas do mundo correm risco
de extinção, ameaçadas principalmente pela agricultura, por conta especialmente
da lavoura extensiva. Mas doenças, pesticidas e também as alterações climáticas
aparecem como fatores prejudiciais à sobrevivência das mais de 391 mil espécies
de plantas analisadas pelos pesquisadores, nesse estudo que foi considerado o
primeiro grande censo global da flora.
No Brasil, essa ameaça já é conhecida e confirmada em
relevantes publicações como o primeiro “Livro Vermelho da Flora do Brasil”, no
final de 2013, pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), entidade
vinculada à Diretoria de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a
partir de um estudo com mais de quatro mil espécies nativas. Ao todo, o
território brasileiro tem perto de 44 mil tipos de espécies catalogadas. De
acordo com o estudo realizado no país, a agricultura extensiva é também a
principal responsável pela ação contra a sobrevivência das nossas plantas.
“O Brasil concentra de 11% a 14% da diversidade de plantas
do mundo, nosso patrimônio é enorme. Mas é preciso conhecer muito bem e saber
cuidar do meio ambiente, compatibilizando a crescente necessidade mundial de
alimentos, através da agricultura, com medidas que permitam preservar áreas
estratégicas para a conservação da biodiversidade, evitando assim que o
desaparecimento progressivo acabe eliminando ou mesmo comprometendo
irremediavelmente toda essa nossa riqueza”, diz Iracema Helena
Schoenlein-Crusius, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª
Região (SP, MT e MS). Para a Bióloga, os desdobramentos que a pesquisa do centro
britânico deve estimular no combate à extinção de algumas espécies pelo mundo
podem, além de incentivar ações por aqui, servir como referência para outras
ações.
Das espécies analisadas aqui pelo CNCFlora, 45,9% foram
classificadas como ameaçadas e enquadradas nas categorias “Vulnerável”, “Em
Perigo” e “Criticamente em Perigo”. “É importante lembrar que a elaboração de
medidas de recuperação e preservação ambiental depende da avaliação do grau de
perda ou do comprometimento da biodiversidade de determinado local.
Assim, a
necessidade de se conhecer a biodiversidade dos ambientes, preferencialmente
antes dos impactos, justifica a relevância das pesquisas básicas em áreas
preservadas, pois estas promovem os levantamentos que traduzem o estado da arte
da vegetação original dos ecossistemas”, finaliza Iracema.
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