- terça-feira, 03 janeiro 2017 21:03
“O fato em si chama a atenção e, por ser frequente, pode ser tráfico de animais, então é atribuição da Dema”, afirma o delegado titular da delegacia, Samir Freire. Há três meses no cargo, Freire afirma que solicitou a transferência dos inquéritos abertos em outros distritos policiais e deve pedir perícias para tentar desvendar os casos.
No dia 30 de dezembro, uma jibóia-arco-íris (Epicrates cenchria cenchria) e uma jibóia (Boa constrictor) foram levadas, em plena luz do dia, do serpentário do Museu da Amazônia. “Foi entre a visita de duas turmas”, conta o diretor-adjunto do museu, Roberto Moraes. “O guia saiu com os visitantes e quando voltou com os outros, não viram mais as jibóias”, completa. As duas espécies podem ser comercializadas como bichos de estimação em lojas de animais, desde que estejam em situação regular.
Ele destaca que são animais acostumados a cativeiro, o que pode chamar a atenção de traficantes. Moraes acredita que o ladrão, ou os ladrões, conhecessem bem tanto a rotina a instituição quanto o manejo das cobras. O serpentário conta com cerca de outras vinte serpentes, a maioria delas peçonhentas. Os animais haviam sido doados ao Museu pela Fundação de Medicina Tropical (FMT), que fica em Manaus.
No início do mês, o Refúgio da Vida Silvestre Sauim-Castanheiras, da Secretaria de Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), já havia pedido ajuda da polícia para encontrar os responsáveis por uma série de furtos de animais que estavam ocorrendo ali há alguns dias. Entre os bichos que haviam sido levados estavam quelônios e aves, parte deles estavam em recuperação após serem apreendidos. Os furtos levaram à suspensão temporária do recebimento de animais apreendidos ou entregues ao refúgio.
Depois de um primeiro arrombamento, quando nada foi levado, o Centro Cirúrgico do refúgio foi invadido no dia 25 de novembro. Entre os animais roubados, um tracajá, um jabuti e uma curica-roxa. Três dias depois, três homens fugiram após serem flagrados tentando levar gaiolas com carcarás, que foram abandonadas por eles na fuga. Mas os bandidos não se intimidaram e continuaram a agir. Dois carcarás, dois tucanos e cinco papagaios também foram roubados.
“A suspeita é de que o Refúgio da Vida Silvestre Sauim Castanheiras esteja sendo alvo de um grupo especializado em roubo e comércio ilegal de animais silvestres”, afirmou na época o secretário municipal de Meio Ambiente, Itamar de Oliveira Mar. O RVS Sauim Castanheira recebe animais apreendidos ou em situação de risco para serem recuperados e devolvidos, quando possível à natureza. Ele funciona em uma área de 95 hectares na Zona Leste de Manaus. E é um dos dois Centros de Triagem de Animais Silvestres de Manaus. O outro é mantido pelo Ibama.
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