Houve alteração recorde da calota de gelo marinha para ambos os hemisférios.
A chegada do Outono no hemisfério Sul e da Primavera no hemisfério Norte
é também a época em que é possível avaliar a extensão máxima da calota
de gelo alcançada durante o inverno no Ártico e o encolhimento ocorrido
na Antártida durante o verão. Apesar de opostos, estes dois pólos
comungaram de um mesmo fenómeno: níveis de gelo baixos.
Na última quarta-feira (22), o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo
(NSIDC, na sigla em inglês) anunciou uma alteração sazonal recorde da
calota de gelo marinha para ambos os hemisférios. A extensão do gelo
marinho do Ártico atingiu seu máximo no inverno em 7 de março, com 14,42
milhões de quilômetros quadrados. A extensão do gelo do mar da
Antártida atingiu seu mínimo de verão em 3 de março, com 2,11 milhões de
quilômetros quadrados. Em ambos os hemisférios, as extensões foram as
mais baixas para a temporada em38 anos de registros de satélite.
A extensão do gelo do mar do Ártico a partir de março de 2017 superou os
recordes anteriores de retração no inverno: a de 2015, de 14.517
milhões de quilômetros quadrados, e a 2016, de 14.52 milhões de
quilômetros quadrados.
Estes recordes de retração na calota de gelo marinha continuaram uma
trajetória que se tornou aparente no final de 2016, quando ambos os
hemisférios experimentaram baixas extensões bem fora do intervalo de
variabilidade esperado. Mas as baixas extensões nos hemisférios norte e
sul não significavam necessariamente a mesma coisa.
As extensões de gelo do mar do Ártico têm seguido uma trajetória
descendente constante desde o início do século XXI, ao mesmo tempo em
que as temperaturas globais atingiram novos recordes. Além de
estabelecer vários recordes de extensões mínimas no verão, o gelo do mar
do Ártico começou a exibir um padrão de baixa recuperação no inverno,
começando por volta de 2004.
Na Antártida, porém, a situação é diferente, e não houve uma tendência
clara. Dois anos e meio antes de atingir um nível recorde, o gelo do mar
da Antártida estabeleceu uma extensão recorde. O principal cientista do
NSIDC, Ted Scambos, suspeita que o gelo marinho antártico pode ser
menos afetado pela tendência climática global e estar mais estreitamente
ligado a mudanças climáticas regionais de curto prazo no Oceano
Antártico.
A combinação de baixas extensões nos hemisférios do Norte e do Sul em
março de 2017 colocou o gelo do mar global na sua menor extensão ou no
seu nível mais baixo no registro de satélite para esta época do ano.
Fonte: Ciclo Vivo
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