Em 2008, pela primeira vez na história foi registrado que a maior parte da população mundial morava em cidades. No Brasil, esse número chegava a 84% da população, segundo dados do IBGE 2010. O estilo de vida apressado, que adotamos ao morar em centros urbanos, nos afasta, e também nossas crianças, do convívio com a natureza.
No livro A última criança na natureza, o autor, Richard Louv, aponta que o aumento de doenças modernas, que já atingem as crianças, como hiperatividade, déficit de atenção e depressão, tem origem no modo de vida urbana e na falta do contato com a natureza. Provavelmente, você se recorda de ter brincado em uma área livre, em sua infância. Mas, se não mudarmos nossa forma de agir e pensar, as próximas gerações talvez não tenham essa oportunidade.
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Existem movimentos em diversos países promovidos por pessoas ou organizações que sonham reverter anos e anos de declínio no convívio com a natureza. No entanto, precisamos, todos, fazer nossa parte para tornar as cidades espaços mais ricos em natureza. Cultivar uma árvore ou planta nativa no jardim de casa, cobrar políticas públicas que priorizem a preservação e instalação de parques ou outras áreas verdes, também são parte de nossos deveres como cidadãos. Afinal, queremos ser lembrados pelas gigantes selvas de pedra que construímos ou pelas gigantes selvas verdes que preservamos?
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Precisamos transformar nossas cidades em cidades biofílicas, que melhoram nossa saúde física e psicológica, nossa sensação de prazer e felicidade e nossa capacidade de aprender, além de promover encontros abundantes com a natureza em nosso cotidiano. O jornalista e especialista em advocacy pela infância Richard Louv, conversou com o Criança e Natureza, do Instituto Alana, e falou sobre a importância de pensar o futuro garantindo a presença da natureza nas cidades, escolas, ambientes de trabalho e lazer. O mundo do futuro precisa ser um lugar para onde todos queiram ir.
Veja video:
https://youtu.be/Yond9PDzVVg
*Maria Isabel Barros é engenheira florestal e mestre em conservação de ecossistemas, trabalha com educação e conservação da natureza. Desde 2015 integra a equipe do Criança e Natureza, do Instituto Alana.
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