13 / 07 / 2017
A
mudança do clima e os eventos extremos como ventos fortes e secas
prolongadas tendem a ser mais intensos devido ao aquecimento global e
vão afetar primeiramente as populações mais pobres do país, segundo
previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). A
partir desses dados, um estudo lançado nesta quarta-feira (12/07) no
Fórum Brasil de Gestão Ambiental, em Campinas (SP), faz um diagnóstico,
traça cenários prováveis dos impactos sobre as áreas mais vulneráveis e
avalia a capacidade de adaptação dos municípios.
É
o Índice de Vulnerabilidade aos Desastres Naturais Relacionados Ás
Secas no Contexto das Mudanças do Clima, publicação elaborada pelo
Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a WWF-Brasil. O trabalho traz o
panorama analisado por região e por município, com avaliações da
exposição às mudanças e eventos extremos, da sensibilidade relacionada
ao contexto socioeconômico e ambiental e da capacidade de cada um de se
adaptar aos eventos climáticos.
“Estar
mais ou menos exposto aos desastres não significa que eles venham a
ocorrer porque há vários outros fatores a serem considerados”, adverte
Pedro Camarinha, da Adapta, Assessoria Ambiental e Pesquisa, um dos
autores dos estudos. Baseados no que aconteceu em relação ao clima na
localidade entre 1961 e 1990 e no quadro atual, o índice permite apontar
as regiões mais vulneráveis.
O
estudo identifica as áreas mais sensíveis socioeconomicamente, levando
em conta o uso do solo, a população total e a parcela abaixo da linha da
miséria, além da oferta e uso da água para consumo humano e o
tratamento dado aos mananciais.
Os
dados analisados permitem, ainda, verificar qual a capacidade que cada
município vulnerável tem para se adaptar aos eventos de seca. O trabalho
leva em conta informações de indicadores como o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), o Índice de Gini (medidor da desigualdade
social) e a taxa de analfabetismo. A região Centro Oeste, por exemplo,
ainda não está entre as mais secas do país, mas poderá ser fortemente
afetada no futuro, de acordo com o levantamento.
No
lançamento, a gerente Celina Mendonça, da Secretaria de Mudança do
Clima e Florestas do MMA, anunciou que até o final do ano estará
disponível, pela internet, um curso de capacitação em adaptação para os
gestores municipais. Celina destacou, também, as medidas previstas pelo
Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, que reúne ações de todo o
governo federal voltadas para as áreas vulneráveis e para enfrentar os
impactos e a intensificação dos eventos extremos. Segundo ela, o Acordo
de Paris, “embora seja direcionado para a redução de emissões de gases
de efeito estufa, reconhece a importância dos planos de adaptação”.
A
analista ambiental Mariana Egler apresentou, ainda, um outro projeto de
sistema informatizado que também mede o nível de vulnerabilidade. O
trabalho foi realizado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
e a previsão é que esteja concluído e disponível no site do MMA até o
fim deste ano.
O
Ministério do Meio Ambiente (MMA) integra a programação oficial do
Fórum Brasil de Gestão Ambiental, que ocorreu até esta quarta-feira
(12/07) em Campinas (SP) com a participação de cerca de 3 mil pessoas.
Entre elas, estão representantes do governo federal, estados,
municípios, setor privado e sociedade civil. O objetivo é debater os
avanços, oportunidades e desafios relacionados à implementação das
políticas ambientais brasileiras. (Fonte: MMA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário