quinta-feira, 24 de agosto de 2017
Absorvendo a poluição e resfriando os lugares, os espaços verdes são essenciais para a economia.
Quando se fala dos benefícios das árvores nas cidades sempre tem aqueles
que pensam “lá vem o ecochato”. O que tais pessoas não imaginam é que
os benefícios ambientais se estendem também para o bolso, o que garante
mais economia em muitos setores cruciais para o funcionamento de uma
cidade. Um estudo recente publicado no jornal online Ecológico Modelagem
mostrou os resultados aproximados deste ganho em dólares.
Após estudar 10 megacidades em cinco continentes e levando em
consideração a poluição do ar, as águas pluviais, energia e emissões de
carbono, os pesquisadores descobriram que as árvores têm um benefício
econômico de cerca de 505 milhões de dólares a cada ano. Estudiosos do
SUNY College of Environmental Science and Forestry e Parthenope
University of Naples descobriram que as árvores valem 1,2 milhão de
dólares por quilômetro quadrado ou 35 dólares per capita.
Usando um aparelho de cobertura de árvores chamado i-Tree, os
pesquisadores conseguiram estimaram os diversos benefícios. “As árvores
têm benefícios diretos e indiretos para resfriar edifícios e reduzir o
sofrimento humano durante as ondas de calor”, afirma o principal autor
do estudo, Dr. Theodore Endreny, da Faculdade de Ciências Ambientais e
Florestas (ESF) de Nova York. “O benefício direto é a sombra que mantém a
área urbana mais fria, o benefício indireto é a transpiração de águas
pluviais que transforma o ar quente em um ar mais frio”.
A cobertura de árvores em áreas metropolitanas varia de 8.1% para 36%,
mas o potencial de tais cidades é muito maior, começando com 15,6%. Para
Endreny, as megacidades podem aumentar esses benefícios em média em 85%
apenas plantando mais árvores.
Confira alguns números levantados na pesquisa:
– Reduções da poluição do ar gera economia de 482 milhões de dólares por ano
– Redução da quantidade de águas pluviais processadas pelas usinas de águas residuais economiza 11 milhões de dólares
– Redução das emissões de carbono economiza 8 milhões de dólares por ano
– Redução no aquecimento e resfriamento de energia economiza 500 mil dólares por ano.
“Uma consciência mais profunda do valor econômico dos serviços gratuitos
fornecidos pela natureza pode aumentar a nossa vontade de investir
esforços e recursos na conservação, de modo que a riqueza social, a
estabilidade econômica e o bem-estar também aumentariam. Com esta
pesquisa conjunta, criamos na nossa universidade um Laboratório de
Bem-estar Urbano, administrado conjuntamente por pesquisadores e
stakeholders locais”, afirma um dos co-autores, o professor Sergio
Ulgiati da Parthenope University of Naples, na Itália.
As cidades estudadas foram: Pequim, China; Buenos Aires, Argentina;
Cairo, Egito; Istambul, Turquia; Londres, Grã-Bretanha; Los Angeles,
Estados Unidos; Cidade do México, México; Moscou, Rússia; Mumbai, Índia;
e Tóquio, Japão.
Falar que é preciso mais espaços verdes para tornar as cidades mais
habitáveis ou humanas pode não ser o melhor argumento para os gestores
públicos, apesar de serem muito válidos. Neste caso, quando a única
conversa que se entende é do dinheiro, vale usar esta pesquisa.
Fonte: CicloVivo
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