segunda-feira, 14 de agosto de 2017
Diversos acontecimentos neste mês de Julho chamaram a atenção
particularmente no Brasil. No campo político, a possível abertura de um
processo de impeachment ao Presidente Temer na Câmara dos Deputados foi o
fato mais significativo.
Nas suas articulações, o Presidente Temer decidiu
agradar a bancada ruralista enviando ao Congresso Nacional um Projeto de
Lei que diminui em 350 mil hectares a Floresta Nacional do Jamanxin,
uma das principais Unidades de Conservação do país. Este PL, segundo
diversos analistas e organizações ambientalistas, como o IPAM Amazônia,
“anistia a grilagem e pode gerar um desmatamento adicional de mais de
138 mil hectares, até 2030, provocando a emissão de 67 milhões de
toneladas de CO2. Se passar, o PL representará uma confirmação de que o
desmatamento fugiu do controle e que, paradoxalmente, tem o aval do
Governo”.
O desmatamento do Bioma Chaco, no Paraguai, para fazer carvão, e na,
Bolívia, para plantar soja, se soma à destruição do Cerrado que muito em
breve será transformado num deserto sem recursos hídricos. Essa
situação leva a uma análise mais aprofundada sobre o desaparecimento das
florestas tropicais no mundo. O Professor Luiz Marques da UNICAMP, num
artigo recente adverte que estaríamos vivenciando o último século das
florestas tropicais. Reproduzindo dados de 2001 do Earth Observatory da
NASA ele informa: “se a taxa atual de desmatamento continuar, as
florestas tropicais desaparecerão dentro de 100 anos, provocando efeitos
desconhecidos sobre o clima global e eliminando a maioria das espécies
vegetais e animais no Planeta”.
Essa observação se encontra fundamentada em observações de imagens de
satélite e nelas a região amazônica figura em primeiro lugar. No dia 10
deste fatídico Julho, a publicação científica PNAS da Academia Nacional
de Ciências dos EUA, alertou que a atividade humana está precipitando a
“aniquilação biológica” e promovendo um evento de extinção em massa, que
seria o sexto fenômeno deste tipo na evolução da vida na Terra. Dois
dias depois, aconteceu o colapso da plataforma de gelo Larsen C na
Antártida, provocando a formação de um gigantesco iceberg, estimado em
um trilhão de toneladas de gelo. O iceberg tem quase a mesma área de
algumas ilhas muito conhecidas; é maior que Bali, Trinidad e um pouco
menor que Córsega, Chipre ou Porto Rico.
Mas a dramática realidade planetária não se limita a isso, neste mês a
National Oceanic & Atmospheric Administration (NOAA) dos EUA revelou
o aparecimento de uma gigantesca “zona morta” no Golfo do México de 15
mil km2, quase 15 vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro, onde a
água não tem oxigênio suficiente para que os peixes sobrevivam. Isso se
deve aos agrotóxicos e produtos químicos utilizados pelos agricultores a
quilômetros de distância.
É o que o jornalista e ambientalista Dal Marcondes chama de “terra
envenenada” citando um informe da FAO: “os solos estão contaminados por
conta das atividades dos homens, que descartam uma grande quantidade de
produtos químicos nas áreas utilizadas para produzir alimentos”. Por
sorte surge uma esperança, Nicolas Hulot, Ministro da Transição
Ecológica e Solidária da França de Macron, decidiu banir alguns
agrotóxicos, fechar l7 centrais nucleares até 2025, proibir até 2040 o
uso de carros com combustível fóssil, e levar a França a zerar as
emissões de CO2 até 2050.
Na Coreia do Sul, O novo Presidente Moon Jae-In, prometeu que o país
acabará com a dependência de energia nuclear e investirá em fontes de
energia renováveis. Ele espera que o país entre em uma “era livre da
energia nuclear” assim como o governo espanhol que decidiu fechar a sua
central nuclear de Santa Maria Garoña, a mais antiga do país. Enquanto
isso o Brasil vai à contramão pensando em terminar de construir a
central nuclear de Angra 3.
Acompanhando as boas notícias, a empresa Tesla concluiu uma enorme usina
solar de 55.000 painéis na ilha havaiana de Kauai, que permitirá o
armazenamento de energia em escala industrial. Como resultado, 44% da
energia da ilha virão de fontes renováveis. Será a primeira iniciativa
solar a fornecer energia de forma confiável 24 horas por dia, 7 dias por
semana. O Havaí estabeleceu metas de eliminar todas as fontes de
energia não renováveis até 2045. Aloha spirit!
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Fonte: Envolverde
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