- quarta-feira, 11 outubro 2017 18:47
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A pesquisa, publicada esta semana no jornal científico de acesso aberto Peer J, foi liderada pelo biólogo Érico Kauano, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e atualmente fazendo o doutorado na Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Análises estatísticas foram utilizadas para compreender quais fatores podem influenciar em ilegalidades nas unidades de conservação. Além da densidade populacional e facilidade de acesso proporcionada por estradas ou rios navegáveis, foram considerados também a categoria, de uso sustentável ou de proteção integral, e tempo de criação.
O analista ambiental admite que o estudo ainda deixou uma dúvida: o maior número de ocorrência em unidades mais acessíveis se dá devido a intensidade maior de ilegalidades ou devido justamente à facilidade maior na fiscalização. Mas para ele, o estudo é importante pois pode ajudar no planejamento de ações do ICMBio.
“É mais uma forma de mostrar o que acontece no nosso dia a dia”, afirma. “Temos problemas em todas unidades, mas tem pouca gente e poucos recursos. Essa questão da densidade e acessibilidade ajuda a ver indicadores mais importantes para escolher as áreas a serem fiscalizadas”.
Entre as 4.243 notificações encontradas entre 2010 e 2015, que resultaram em US$ 224,6 milhões (mais de R$ 700 milhões) em multas, foram identificados 27 modos de uso ilegal em unidades de conservação da Amazônia. O desmatamento, com supressão ou degradação da vegetação, foi a ilegalidade com maior número de registros, 37,36% das ocorrências. Em seguida, vem a pesca ilegal (27,34%) e a caça (18,15%).
“Nas reservas de desenvolvimento sustentável, tem menos pesca ilegal”, destaca Kauano. “Isso é interessante no sentido de que pode ser que as comunidades tenham um efeito de proteção. Mas é uma constatação bastante preliminar”, completa.
Saiba Mais
Artigo: Kauano ÉE, Silva JMC, Michalski F. (2017) Illegal use of natural resources in federal protected areas of the Brazilian Amazon. PeerJ 5:e3902.
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