sexta-feira, 25 de maio de 2018

Servidor do GDF e oito pessoas são presas por grilagem de terra



postado em 22/05/2018 08:47 / atualizado em 22/05/2018 11:32



A Justiça expediu os mandados nas áreas Águas Claras, Vicente Pires, Park Way e Plano Piloto(foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press - 23/4/2013) 
 
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A Justiça expediu os mandados nas áreas Águas Claras, Vicente Pires, Park Way e Plano Piloto (foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press - 23/4/2013)
Uma operação da Polícia Civil mira em um grupo acusado de grilagem de terras na região de Vicente Pires. Deflagrada na manhã desta terça-feira (22/5), a ação, batizada Herdade, resultou na prisão de um auditor fiscal tributário da Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal. De acordo com a corporação, a invasão de área pública realizada pela associação criminosa está avaliada em R$ 30 milhões.  

O grupo criminoso praticava parcelamento irregular do solo para fins urbanos, dano ambiental, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência entre outros crimes. Eles atuavam na Colônia Agrícola 26 de Setembro.  

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Equipes da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente, com o apoio de outras unidades da corporação, foram às ruas para cumprir 11 mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão. No total, nove pessoas foram presas e duas continuam foragidas. Segundo a Polícia Civil, elas não estão no Brasil. 

A Justiça expediu os mandados nas áreas Águas Claras, Vicente Pires, Park Way e Plano Piloto. Até a última atualização desta reportagem, nove suspeitos haviam sido localizados e presos. A suspeita é de que o servidor do GDF recebia propina para promover o cadastramento de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para lotes irregulares em parceria com o grupo criminoso.  

A apuração policial começou há cerca de um ano e identificou o parcelamento irregular de ao menos dez chácaras. De acordo com a Polícia Civil, os lotes à venda medem 400 m² e eram ofertados por R$ 60 mil. Em seguida, as chácaras poderiam ser parceladas em até 50 lotes, para que os criminosos pudessem lucrar de forma irregular. Por se tratar de patrimônio público, o bando poderia faturar cerca de R$ 30 milhões com o loteamento irregular das chácaras

Os agentes continuam as investigações para identificar a participação de outras pessoas no esquema e localizar outras chácaras irregulares parceladas.  
Em nota, a Secretaria de Fazenda informou que colabora com as investigações e está à disposição da da Polícia Civil para apoiar a operação e prestar os esclarecimentos necessários.  

Caso recorrente 

Essa não é a primeira vez que a Dema realiza operação contra grilagem de terras na Colônia Agrícola 26 de Setembro. Em junho de 2015, a Polícia Civil prendeu três pessoas por parcelamento irregular de solo no local. À época, ambientalistas ressaltaram que a área fica dentro da Floresta Nacional de Brasília, vizinha ao Parque Nacional e, por isso, não deve ser ocupada.  

No dia da operação, Adriano Jorge Scotti, 40 anos, foi preso na Rua 1, Chácara 1, mostrando um dos lotes para um casal. Com ele, foram encontrados mapas, com a localização e preço dos lotes. Ao todo, 33 lotes, de 400 m² a 738 m², com valores de R$ 30 a R$ 50 mil. Em uma segunda abordagem, a polícia prendeu outras duas pessoas, que estavam na Rua 4, Chácara 17A. Claudiney dos Santos, 28 anos, grileiro responsável, e Fabiano Clayton da Silva, 31, que ajudava na venda dos parcelamentos irregulares. Neste endereço, os lotes eram negociados até R$ 40 mil.  

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