Uma
operação da Polícia Civil mira em um grupo acusado de grilagem de
terras na região de Vicente Pires. Deflagrada na manhã desta terça-feira
(22/5), a ação, batizada Herdade, resultou na prisão de um auditor
fiscal tributário da Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito
Federal. De acordo com a corporação, a invasão de área pública realizada
pela associação criminosa está avaliada em R$ 30 milhões.
O
grupo criminoso praticava parcelamento irregular do solo para fins
urbanos, dano ambiental, corrupção ativa e passiva, tráfico de
influência entre outros crimes. Eles atuavam na Colônia Agrícola 26 de
Setembro.
Equipes
da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente, com o apoio de
outras unidades da corporação, foram às ruas para cumprir 11 mandados de
prisão temporária e 16 de busca e apreensão. No total, nove pessoas
foram presas e duas continuam foragidas. Segundo a Polícia Civil, elas
não estão no Brasil.
A Justiça expediu os
mandados nas áreas Águas Claras, Vicente Pires, Park Way e Plano Piloto.
Até a última atualização desta reportagem, nove suspeitos haviam sido
localizados e presos. A suspeita é de que o servidor do GDF recebia
propina para promover o cadastramento de Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU) para lotes irregulares em parceria com o grupo
criminoso.
A apuração policial começou há
cerca de um ano e identificou o parcelamento irregular de ao menos dez
chácaras. De acordo com a Polícia Civil, os lotes à venda medem 400 m² e
eram ofertados por R$ 60 mil. Em seguida, as chácaras poderiam ser
parceladas em até 50 lotes, para que os criminosos pudessem lucrar de
forma irregular. Por se tratar de patrimônio público, o bando poderia
faturar cerca de R$ 30 milhões com o loteamento irregular das chácaras
Os
agentes continuam as investigações para identificar a participação de
outras pessoas no esquema e localizar outras chácaras irregulares
parceladas.
Em nota, a Secretaria de Fazenda
informou que colabora com as investigações e está à disposição da da
Polícia Civil para apoiar a operação e prestar os esclarecimentos
necessários.
Caso recorrente
Essa não é a primeira vez que a Dema realiza operação contra grilagem de terras na Colônia Agrícola 26 de Setembro. Em junho de 2015, a Polícia Civil prendeu três pessoas por parcelamento irregular de solo no local. À
época, ambientalistas ressaltaram que a área fica dentro da Floresta
Nacional de Brasília, vizinha ao Parque Nacional e, por isso, não deve
ser ocupada.
No dia da operação, Adriano
Jorge Scotti, 40 anos, foi preso na Rua 1, Chácara 1, mostrando um dos
lotes para um casal. Com ele, foram encontrados mapas, com a localização
e preço dos lotes. Ao todo, 33 lotes, de 400 m² a 738 m², com valores
de R$ 30 a R$ 50 mil. Em uma segunda abordagem, a polícia prendeu outras
duas pessoas, que estavam na Rua 4, Chácara 17A. Claudiney dos Santos,
28 anos, grileiro responsável, e Fabiano Clayton da Silva, 31, que
ajudava na venda dos parcelamentos irregulares. Neste endereço, os lotes
eram negociados até R$ 40 mil.
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