terça-feira, 3 de março de 2020

O Globo – Navio contratado pela Vale tem vazamento de 300 litros de óleo

O Globo – Navio contratado pela Vale tem vazamento de 300 litros de óleo

Mancha no mar já ocupa 830 metros ao redor da embarcação no Maranhão

29 02 2020BRUNO ROSA bruno.rosal@oglobo.com.br

Impacto. Imagem mostra a mancha de óleo em torno do navio MV Stellar
Quatro dias após o navio contratado pela Vale ter encalhado no litoral do Maranhão, o Ibama registrou uma mancha de óleo de cerca de 830 metros ao redor da embarcação MV Stellar na manhã de ontem após um sobrevoo pela região. A estimativa é que cerca de 300 litros de óleo tenham vazado do navio.

De acordo com Marcelo Amorim, coordenador geral substituto de Emergências Ambientais do Ibama, os tanques do navio ainda estão intactos. O óleo encontrado no mar estava localizado na parte superior do navio, que tem uma inclinação de 22 graus. A embarcação foi encalhada propositalmente e, para evitar que afunde, foi ancorada a cem quilômetros da costa. — É uma camada de óleo leve verificada na manhã de sexta-feira. No sobrevoo feito na parte da tarde, não foram verificadas novas manchas —explicou Amorim. A embarcação estava carregada com 294.871 toneladas de minério de ferro, 3,5 mil toneladas de óleo residual e 140 toneladas de destilado. O navio sofreu uma avaria na proa após deixar o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, na capital do Maranhão. A Marinha abriu inquérito para apurar as causas do acidente.

PLANO PARA AVALIAR DANO

A sul-coreana Polaris, empresa que presta serviço para a Vale, deve apresentar neste fim de semana um plano para que mergulhadores avaliem o dano na proa do navio — já que até agora não se sabe qual foi o

tamanho do dano no casco. Esse plano deverá ser aprovado pela Marinha, que deu um prazo de 48 horas para as companhias apresentarem o projeto. —Esse plano de mergulho é importante para saber qual foi o real dano na embarcação, que ocorreu na proa. Os tanques de minério e óleo estão na parte de trás — disse Amorim. — Com o diagnóstico, vamos saber mais detalhes. A Vale vai fazer um plano para a retirada do minério e do óleo. A mineradora também teve de contratar uma companhia para fazer uma modelagem de dispersão de óleo para saber quais áreas poderão ser impactadas no caso de vazamento de óleo e minério. A Petrobras já cedeu embarcações para ajudar na remoção do óleo.

— Esse plano para mitigar os impactos ambientais em áreas afetadas em caso de vazamento deve ser apresentado no fim de semana —adiantou Amorim. Procurada, a Vale disse que está empenhando “todos os esforços e recursos para mitigar os possíveis impactos causados pelo incidente”. Em nota, a Polaris afirmou que também está fazendo esforços e usando todos os recursos para acelerar as operações de resgate no local. “Acredita-se que o óleo observado no local seja resíduo de óleo morto que estava no convés; não vazamento dos tanques de combustível”, disse em nota.

PROBLEMA EM 2017

A embarcação, que pertence à companhia sul-coreana Polaris, foi contratada pela mineradora brasileira para transportar minério de ferro do Brasil para a China. mas essa não é a primeira vez que a Vale enfrenta problema com a companhia. Em 2017, o navio Stellar Daisy, da Polaris, afundou no Oceano Atlântico depois de sair com 260 mil toneladas de minério de um porto na Ilha de Guaíba, no Rio de Janeiro. Na ocasião, apenas 2 dos 24 tripulantes foram encontrados.


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