Entenda o que pode estar por trás dos incêndios que devastam a Turquia
INICIADO NO FIM DE JULHO, FOGO EM FLORESTAS ATINGIU AO MENOS 32 PROVÍNCIAS NO PAÍS, CAUSANDO MORTES, DESALOJANDO MORADORES E OBRIGANDO TURISTAS A ABANDONAREM RESORTS
Desde o final de julho, diversas províncias no sudoeste da Turquia enfrentam incêndios florestais que já deixaram pelo menos oito mortos, além de centenas de feridos e desabrigados. Com quase 95 mil hectares queimados, esse é o pior episódio de queimada registrado no país desde 2008.
Segundo o ministro da Agricultura e Florestas, Bekir Pakdemirli, 32 províncias foram atingidas, sendo que 111 focos de fogo já foram controlados e cinco continuam se propagando nas regiões de Antália e Mugla, dois grandes destinos turísticos da Turquia.
Na cidade de Bodrum, em Mugla, mais de 4 mil turistas e funcionários foram obrigados a deixar os hotéis onde estavam. Muitos foram resgatados pela guarda costeira e saíram de barco, já que as chamas cercaram resorts localizados no litoral do Mar Egeu.
De acordo com o Ministério da Saúde turco, mais de 850 pessoas já receberam atendimento médico após terem contato direto ou indireto com o fogo, devido a queimaduras ou à inalação de fumaça.
Ainda não se sabe o que iniciou os incêndios. Apesar de serem comuns durante o verão na Turquia, os fenômenos estão ocorrendo em proporções maiores do que o esperado neste ano. Entre 2008 e 2020, por exemplo, houve em média 43 queimadas florestais por ano, enquanto 2021 já acumula 133 episódios de destruição pelo fogo.
Especialistas acreditam que a frequência e a intensidade das chamas estejam associadas às mudanças climáticas e sejam impulsionadas pelo aumento das temperaturas e ventos fortes. No dia 20 de julho, por exemplo, foi registrada a temperatura de 49,1ºC na cidade de Cizre; neste domingo (1º), fez 41ºC na Antália. Além da Turquia, países europeus próximos devem ultrapassar os 42ºC a partir desta segunda-feira (2), segundo a previsão meteorológica.
Como consequência, o risco de futuras queimadas florestais se alastrarem pelo sul da Europa deve aumentar, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês), que se prepara para lançar o próximo relatório da organização no dia 9 de agosto.
Para controlar os focos de incêndio restantes na Turquia, neste domingo o país solicitou ajuda à União Europeia (EU), que já informou ter mobilizado três aviões da Croácia e da Espanha para ajudarem no combate ao fogo. “Os nossos pensamentos estão com o povo turco que perdeu os seus entes queridos e com os bravos socorristas que estão fazendo o seu melhor para combater os incêndios mortais”, diz o Comissário para Gestão de Crises da UE, Janez Lenarčič, em comunicado. “Estamos prontos para fornecer mais assistência.”
Fonte: Galileu
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