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Após acidente com embarcação há dez anos, a baleia-franca Guerreira reaparece no litoral brasileiro com um novo filhote
Há 20 anos, em 2002, aconteceu o primeiro registro de Guerreira no litoral brasileiro. Ele foi feito pelo Projeto ProFranca, e na época, a fêmea da espécie baleia-franca-austral (Eubalaena australis) ainda não tinha sido batizada com esse nome. Na verdade, ela já recebeu dois apelidos desde então.
Em 2012, a baleia foi avistada novamente na praia de Mariscal, em Bombinhas (SC), junto com um filhote – os biólogos conseguem identificar os diferentes indivíduos através das calosidades em cima da cabeça.
Todavia, naquele ano, a fêmea apresentava uma cicatriz com cortes lineares, sinal de que tinha sido vítima de um acidente com uma embarcação. Houve muita preocupação entre especialistas sobre sua saúde e se ela resistiria. Foi quando ela começou a ser chamada tanto de Mariscal como Guerreira, devido à sua força para sobreviver aos ferimentos profundos.
E na última quarta-feira, 27/07, Guerreira surpreendeu a todos novamente. Ela foi observada, mais uma vez, em águas brasileiras. E dessa vez, acompanhada de um novo filhote. A equipe da R3 Animal a fotografou na Praia do Moçambique, em Florianópolis.
“Agora ela parece estar ótima e, pelos nossos cálculos, deve estar junto ao seu quarto filhote, o terceiro após sua visita que nos preocupou em 2012″, afirma revela Karina Groch, bióloga e diretora do projeto ProFRANCA.
Apesar da boa notícia, a história do acidente sofrido por Guerreira no passado continua sendo um alerta sobre a ameaça enfrentada não só pelas baleais-francas, mas tantos outros animais marinhos.
“Quem navega pela região costeira nesta época deve redobrar o cuidado com as baleias. Existem procedimentos que devem ser seguidos, como manter a distância de 300 metros, não perseguir, interromper ou tentar alterar o curso de deslocamento desses animais”, ressalta o oceanólogo Emanuel Ferreira, gerente da R3 Animal.
Guerreira nadando ao lado de seu novo filhote
A baleia-franca-austral no litoral brasileiro
A baleia-franca-austral pode ser encontrada em oceanos do Hemisfério Sul e durante o inverno e a primavera é avistada na costa do Brasil, especialmente em Santa Catarina. Em geral, são feitos registros de nascimentos e fêmeas cuidados de seus filhotes.
Esses cetáceos podem atingir mais de 17 metros de comprimento e 60 toneladas. As fêmeas costumam ser maiores do que os machos. O corpo é negro e arredondado, sem nadadeira dorsal e a cabeça ocupa quase um quarto do comprimento total. A boca possui uma grande curvatura, que abriga 250 pares de cerdas da barbatana.
Outra característica marcante da espécie é o som do seu borrifo, que pode ser ouvido a metros de distância e a água expelida por ela atingir até 8 metros de altura.
A temporada reprodutiva das baleias-franca vai de julho a novembro, sendo setembro o mês de maior ocorrência desses animais em águas catarinenses.
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Fotos: Emanuel Ferreira/R3 Animal
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