sábado, 22 de abril de 2023

Após tentar chocar uma pedra, a águia Murphy se torna pai adotivo de filhote órfão

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Após tentar chocar uma pedra, a águia Murphy se torna pai adotivo de filhote órfão

Após tentar chocar uma pedra, a águia Murphy se torna pai adotivo de filhote órfão

Essa é uma daquelas histórias que poderia virar filme sobre animais. Com muitas lágrimas, mas um final feliz. Murphy é um macho de bald eagle (Haliaetus leucocephalus), a famosa águia-de cabeça-branca, símbolo dos Estados Unidos. Ele chegou ao World Bird Sanctuary, no estado de Missouri, com uma perna quebrada, quando tinha um ano.

Após ser tratado e se recuperar, Murphy foi solto na natureza, mas pouco tempo depois, resgatado novamente, com uma asa quebrada. Infelizmente, ele nunca mais conseguirá voar, por isso está há 30 anos no santuário.

Todavia, no começo de março seus cuidadores perceberam que a águia tinha feito um ninho bastante simples e começou a chocar uma pedra – na vida selvagem, após a fêmea colocar os ovos, o casal se reveza no cuidado ao futuro filhote.

“Desejamos toda sorte do mundo a Murphy, mas não vamos contar a ele sobre a realidade da situação”, escreveu o World Bird Sanctuary em suas redes sociais na época. “Até hoje nunca vimos uma pedra eclodir”.

A história viralizou nas redes sociais, com milhares de internautas sensibilizados com o comportamento de Murphy.

De qualquer maneira, seus cuidadores explicaram que a águia estava bem. Não vive sozinha, tem a companhia de outras quatro aves da mesma espécie. Além disso, era só um impulso hormonal e que logo, logo, provavelmente iria deixar a pedra de lado.

“É apenas sua resposta hormonal à primavera. Murphy não está triste, então você não precisa estar. As águias americanas machos participam igualmente na criação dos filhotes, então esse é um comportamento natural para um macho”, esclareceram.

Mesmo assim, Murphy precisou ser transferido para um novo recinto porque estava se tornando muito agressivo com as demais águias para proteger sua “pedra/ovo”.

Todavia, como todo enredo de filme precisa de uma reviravolta, algo surpreendente aconteceu. O santuário recebeu um filhote de águia com poucas semanas de vida que tinha quebrado a asa, depois de cair do ninho por causa de uma tempestade.

Decidiu-se então que talvez Murphy pudesse usar seus instintos paternais para cuidar do novo filhote.

Num primeiro momento, o filhote ficou numa pequena gaiola, protegido, para se ter certeza que seria bem aceito pelo pai adotivo. Com a atenção focada na novidade, a “pedra/ovo” foi removida do ambiente discretamente.

E no dia 13 de abril, aconteceu a prova de que os laços entre os dois eram reais. Murphy alimentou o filhote!

“Todos no santuário estão emocionados com Murphy. Notamos nos dias após sua chegada que o filhote tinha uma pilha de comida intocada, mas a barriga cheia. Enquanto isso, Murphy pega um peixe de um tubo acima de seu ninho, que havia desaparecido – ipso facto – Murphy alimentou o filhote”, compartilhou o World Bird Sanctuary.

Após tentar chocar uma pedra, a águia Murphy se torna pai adotivo de filhote órfão

A história de Murphy em fotos: ele chocando sua “pedra/ovo’, a chegada do filhote
e a interação entre os dois
(Fotos: divulgação World Bird Sanctuary)

Aves de rapina como falcões e águias têm instintos parentais muito fortes e são conhecidos por adotar outras espécies.

Entretanto, o World Bird Sanctuary informou que o objetivo é que quando o filhote estiver mais velho e sua asa consertada, ele seja reintroduzido na natureza.

Na vida selvagem, entre 70% e 80% das águias morrem antes de se tornarem adultas, por volta dos cinco anos. Aquelas que conseguem passar dessa fase, podem viver em torno de 20 a 25 anos. Em cativeiro, entretanto, a espécie sobrevive muito mais tempo – 40 ou 50 anos -, por estar em um ambiente seguro, ter alimentação garantida e cuidados veterinários.

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Foto de abertura: divulgação World Bird Sanctuary

Após 20 anos, primeiro leão é visto em parque nacional do Chade

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Após 20 anos, primeiro leão é visto em parque nacional do Chade

Após 20 anos, armadilhas fotográficas registram primeira imagem de um leão em parque nacional do Chade

“Uma linda leoa, no auge e claramente com ótima saúde”. Foi assim que representantes do governo do Chade e da Wildlife Conservation Society (WCS) descreveram a imagem incrível e tão celebrada do primeiro leão observado no Parque Nacional Sena Oura depois de 20 anos. A espécie era considerada extinta localmente.

Localizado na fronteira com Camarões, ao norte da África Central, esse parque nacional sofreu com a caça ilegal desenfreada no passado. Todavia, há uma década ações de conservação e fiscalização começaram a ser implementadas e um dos resultados pode ser visto agora com esse registro.

O mesmo foi feito no vizinho Camarões, onde a população de leões vem aumentando no Parque Nacional de Bouba N’djida e possivelmente, indivíduos estão ampliando sua área de distribuição e recolonizando áreas onde viviam anos atrás.

As armadilhas fotográficas que flagraram a imagem da leoa fazem parte do programa da Wildlife Conservation Society na região.

A ciência considera que exista apenas uma espécie de leão no mundo, a Panthera leo, e duas subespécies: o africano e o asiático. Entretanto, a população desses últimos é muito pequena, são aproximadamente 600 indivíduos que vivem na área do Parque Nacional da Floresta Gir, em Gujarat, na Índia. 

Segundo a WCS, embora os leões sejam classificados em geral como ‘vulneráveis à extinção‘ pela Lista Vermelha da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), as populações na África Ocidental e Central são também pequenas e fragmentadas e diminuíram cerca de 66% desde o início dos anos 1990; por isso, regionalmente eles são tidos como ‘criticamente em perigo’.

“Os leões da África Ocidental e Central são geneticamente distintos das populações mais robustas da África Oriental e Austral e sua recuperação é especialmente valiosa”, ressalta a organização.

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Foto de abertura: divulgação WCS

quinta-feira, 20 de abril de 2023

O equivalente a quase mil campos de futebol foi desmatado na Amazônia, por dia, nos três primeiros meses de 2023

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O equivalente a quase mil campos de futebol foi desmatado na Amazônia, por dia, nos três primeiros meses de 2023

O equivalente a quase mil campos de futebol foi desmatado na Amazônia, por dia, nos três primeiros meses de 2023

destruição da Amazônia continua em ritmo desenfreado. A devastação da maior floresta tropical do mundo triplicou em março e fez o primeiro trimestre de 2023 fechar com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos, só ficando atrás do registrado nos primeiros três meses de 2021. Os dados são do levantamento divulgado nesta quinta-feira (20/04) pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

De acordo com o monitoramento feito por imagens de satélite, foram derrubados 867 km² de vegetação da Amazônia no mês que passou, área que equivale a perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa. 

Um dado alarmante é que o desmatamento cresceu em praticamente toda a região. Oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento nas taxas de deflorestamento em março, com exceção do Amapá.

O Amazonas foi o grande “campeão” no ranking do desmatamento, com uma alta assustadora de 767%. Em março de 2022 havia sido registrado 12 km² de devastação, e no mês passado, esse número saltou para 104 km². Isso representa 30% de toda a área desmatada na Amazônia nos 30 dias do mês que passou.

Segundo o Amazon, o sul do estado é onde o desmatamento foi mais acelerado, em municípios próximos à divisa com o Acre e com Rondônia, na região chamada de Amacro.

“Quando analisamos as categorias de territórios onde está ocorrendo o desmatamento na Amazônia, o Amazonas também tem sido destaque negativo em relação aos assentamentos e às terras indígenas. Em março, seis dos 10 assentamentos e quatro das 10 terras indígenas mais desmatados na região ficam no estado”, destaca Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Depois do Amazonas, o Pará é o segundo estado que mais desmatou, com um aumento de 176% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na sequência aparecem Mato Grosso (51%), Roraima (115%) e Rondônia (450%), onde a destruição da floresta em março foi seis vezes mais alta do que a observada em março de 2022.

“Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março. Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, alerta o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.

O equivalente a quase mil campos de futebol foi desmatado na Amazônia, por dia, nos três primeiros meses de 2023

Gráfico mostra o avanço do desmatamento na Amazônia

*O Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 29 anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável

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Foto de abertura: Christian Braga/Greenpeace (floresta atingida pelo fogo em Porto Velho, Rondônia, em 2022)

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Justiça Federal determina suspensão de todas as licenças do complexo eólico da Voltalia, perto de único refúgio da arara-azul-de-lear

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Justiça Federal determina suspensão de todas as licenças do complexo eólico da Voltalia, perto de único refúgio da arara-azul-de-lear

Exatamente um mês após o Ministério Público Federal (MPF) ter se posicionado pela anulação do licenciamento ambiental do complexo eólico da multinacional Voltalia, no município de Canudos, na Bahia, agora foi a vez do juiz federal Marcel Peres de Oliveira se pronunciar sobre o assunto e decidir pela suspensão de todas as licenças concedidas anteriormente para a empresa.

No documento ao qual o Conexão Planeta teve acesso, o magistrado da 3ª Vara Federal Cível e Criminal de Feira de Santana, estabelece a suspensão “dos efeitos da Licença Prévia, da Licença de Instalação e da Licença de Operação, concedidas em favor da requeridas EOLICA CANUDOS II SPE S.A., EOLICA CANUDOS III SPE S.A. e VOLTALIA ENERGIA DO BRASIL LTDA, até que seja apresentado e aprovado o competente EIA/RIMA, inclusive com realização de audiência pública, na forma da legislação ambiental pertinente”.

Na decisão, Oliveira estabelece ainda que os réus sejam intimados por mandado, “inclusive para o imediato cumprimento da medida de urgência ora deferida”, e que se dê “ciência da presente demanda ao Ibama e à União”.

Há quase dois anos há uma batalha judicial entre comunidades locais, organizações ambientais do Brasil e do exterior e a multinacional francesa da área de energia. Em questão está a construção, que já começou, do referido complexo eólico, próximo ao único refúgio da arara-azul-de-lear do Brasil. 

A companhia pretende instalar 80 turbinas perto do principal habitat dessa espécie, considerada em perigo de extinção. Pelo último censo, realizado em 2022, estima-se que sejam apenas 2.500 indivíduos ainda em vida livre (leia reportagem completa aqui).

Acontece que uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece a exigência de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), além de audiências públicas, para plantas eólicas que estejam situadas em “áreas de ocorrência de espécies ameaçadas de extinção e endemismo restrito”.

Apesar disso, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) aprovou o projeto do complexo eólico da Voltalia somente com a apresentação do licenciamento simplificado.

Desde então, o Ministério Público da Bahia já tinha recomendando a suspensão da obra, assim como os Conselhos Regionais de Biologia do Nordeste. Todavia, de acordo com a investigação realizada pelo Ministério Público Federal, a Voltalia “se expressou pelo não atendimento da recomendação” e defendeu que as “licenças apresentadas são válidas, ainda que não tenham adotado o rito legalmente previsto”.

Protestos internacionais contra o complexo eólico

No final do ano passado, 70 organizações civis e associações comunitárias denunciaram ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos o projeto da Voltalia na Bahia. Assinaram a petição entidades como a American Bird Conservancy (ABC), WWF e Re:wild.

“A arara-azul-de-lear voltou da beira da extinção por meio de esforços intensivos de conservação nos últimos 35 anos e agora enfrenta o risco de colisões mortais com turbinas e linhas de transmissão”, alertou Amy Upgren, diretora da Aliança para Extinção Zero e Programa de Áreas Chave para a Biodiversidade da ABC.

O complexo eólico de Canudo tem custo estimado em R$ 500 milhões. O empreendimento contará com uma rede de transmissão de energia de 50 km, adentrando o município de Jeremoabo. Toda a eletricidade produzida será vendida para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), num contrato já fechado pelos próximos 20 anos.

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só existe em nosso país e em nenhum outro lugar do mundo. Infelizmente, ela é considerada em perigo de extinção, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

A região conhecida como Raso da Catarina, na Bahia, é considerada área prioritária para a proteção da espécie. Um primeiro censo, realizado em 2001, apontou a existência de 228 indivíduos.

Graças aos esforços de conservação, eles já são mais de 2 mil, observados em seus cinco dormitórios: Serra Branca, Estação Biológica de Canudos, Fazenda Barreiras, Baixa do Chico (Terra Indígena Pankararé) e Barra do Tanque. Por causa da melhora nos números da população, a arara-azul-de-lear passou da categoria “criticamente em perigo” da IUCN para “em perigo”, em 2011.

Mas desde que organizações de proteção ambiental tomaram conhecimento do projeto da Voltalia, em 2021, teme-se pela segurança das araras.

A espécie tem o hábito de realizar longos voos diariamente, cerca de 60 a 80 km. Sai do dormitório ao amanhecer, se alimenta em áreas vizinhas à sua morada, basicamente dos cocos da palmeira licuri, e no final da tarde, pode ser vista, aos bandos, chegando de diversas direções.

MPF determina anulação do licenciamento ambiental de complexo eólico na Bahia, perto de único refúgio da arara-azul-de-lear

Localização do Complexo Eólico de Canudos está indicada com a seta vermelha, onde aparecem linhas finas laranjas. A mancha clara, em verde, apresenta a área de uso da espécie na região do Raso da Catarina

O que a Voltalia diz

Em março, quando o MPF decidiu pela anulação dos licenciamentos, o Conexão Planeta procurou a assessoria de imprensa da Voltalia para ter uma declaração da empresa. Infelizmente, não tivemos nenhum retorno.

Mais uma vez, hoje, entramos em contato com a área de comunicação da multinacional, e desta vez recebemos o posicionamento abaixo:

“Até o momento a Voltalia não foi notificada sobre os desdobramentos da ação civil pública proposta pelos Ministério Público Federal e Estadual. Os Parques Eólicos Canudos I e II são objeto de processo de licenciamento ambiental conduzido pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA/BA, que, após avaliar os estudos e projetos apresentados pelo empreendedor, concedeu todas as licenças ambientais necessárias para a sua implantação e operação.

As possíveis consequências ambientais e sociais da implementação de tais projetos foram exaustivamente estudadas, tendo sido previstas as medidas necessárias para evitar e mitigar potenciais impactos negativos, assegurando a viabilidade ambiental dos empreendimentos, conforme reconhecido pelo órgão ambiental competente.

A Voltalia reforça seu respeito e compromisso com o meio ambiente, com o desenvolvimento das regiões onde atua e com toda a sociedade demonstrados durante toda sua trajetória de mais de 15 anos de atuação no Brasil, e seguirá aberta ao diálogo para eventuais questionamentos das autoridades, comunidades, ambientalistas e sociedade civil, colocando-se inteiramente à disposição”.

*Texto atualizado às 15h23 para corrigir a informação sobre o número atual de araras-azuis-de-lear, estimado pelo censo realizado em 2022

**Texto atualizado às 20h para incluir a declaração da Voltalia

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Foto de abertura: Fábio de Paina Nunes, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons