sábado, 13 de setembro de 2014

Avanço de Dilma nas pesquisas eleitorais eleva dólar e derrete bolsa


Possibilidade de manutenção da política econômica leva moeda norte-americana para R$ 2,34. Bovespa cai mais de 6% na semana. Só ontem, ações da Petrobras perderam 5%



O mercado enlouqueceu com a possibilidade de Dilma Rousseff ser reeleita. O nervosismo dos investidores diante do crescimento das intenções de voto na atual presidente nas últimas pesquisas eleitorais fez o dólar dar um salto de 2%, ultrapassar a barreira dos R$ 2,30 e fechar o dia cotado a R$ 2,338, maior valor desde março deste ano. Na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) não foi diferente e o pregão fechou com forte queda, de 2,42%, terminando a semana com um tombo de 6,19%, o pior desempenho desde maio de 2012. Tanto a bolsa quanto o real tiveram ontem as maiores desvalorizações em todo o mundo.



Na opinião dos especialistas, os investidores são visceralmente avessos à continuidade da política econômica, que tem mantido a inflação no teto da meta, de 6,5%, com expansão econômica média anual de pífio 1,5%, e contas públicas em frangalhos. “Dilma já mostrou que, caso seja reeleita não vai mudar a política de intervencionismo que resultou em baixo crescimento e balança comercial negativa”, explicou Reginaldo Galhardo, gerente de Câmbio da corretora Treviso.

Segundo o especialista, a presidente conseguiu ressuscitar um comportamento que não existiu nas duas últimas eleições presidenciais e só foi visto pouco antes do início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o mercado também reagiu de forma nervosa à possibilidade de ele ser eleito. “Os investidores querem mudança. Essa volatilidade vai continuar até o fim do processo eleitoral”, avaliou.

Expectativas de que a taxa de juros nos Estados Unidos possa subir mais cedo do que o esperado também ajudaram a impulsionar a moeda americana, aqui e em outras praças, a menos de uma semana da próxima reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano. “Sem dúvida, o impacto do quadro eleitoral foi muito mais forte, mas houve pressão de fatores externos também”, ressaltou Galhardo.

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