Pontífice visitou cemitério de vítimas da Primeira Guerra na Itália.
Ele afirmou que as guerras são 'uma loucura'.
O Papa Francisco disse neste sábado (13) que todas as guerras são "uma loucura", em uma cerimônia na Itália, para lembrar o centenário do início da Primeira Guerra Mundial.
"Depois de contemplar a beleza da paisagem de toda essa região, onde trabalham homens e mulheres, brincam as crianças e sonham os anciãos, só me ocorre uma coisa: a guerra é uma loucura que cresce destruindo e estragando tudo, até a relação entre irmãos e o mais formoso que Deus criou, o ser humano", disse o Papa no cemitério militar de Floriano Redipuglia.
"Ainda hoje, após o segundo fracasso de outra guerra mundial, podemos talvez falar de uma Terceira Guerra guerreada "por partes", com crimes, massacres, destruições", disse.
"Aqui há muitas vítimas, e daqui nos lembramos de todas as vítimas de todas as guerras. Ainda hoje continua havendo muitas vítimas. Como é possível? É possível porque nos bastidores há interesses, planos geopolíticos, avidez de dinheiro e de poder, está a indústria de armas, que parece ser importantíssima", disse.
O Papa também fez uma declaração contra a indiferença ao lembrar a resposta de Caim ao ser questionado por Deus pelo paradeiro de Abel: "A mim me importa? Acaso sou eu o guarda do meu irmão?".
"Com coração de filho, de irmão, de pai", o Papa pediu que a humanidade passe desse "A mim me importa?" para "o pranto, a reação contra o belicismo porque a humanidade tem necessidade de chorar, e esta é a hora".
Fogliano Redipuglia é uma cidade do nordeste da Itália próxima à fronteira com a Eslovênia que teve um dos mais violentos fronts da Primeira Guerra Mundial.
Ali estão dois cemitérios em que jazem combatentes dos dois lados em conflito naquele front: o império austro-húngaro e a Itália.
A intenção do Papa foi a de invocar a paz e orar pelos caídos em todos os conflitos bélicos e simbolicamente visitou os dois cemitérios para honrar os soldados mortos de todos os lados.
Em seguida ele celebrou a missa no sacrário de Redipuglia, uma colossal arquibancada de pedra coroada por três cruzamentos construída a mando de Benito Mussolini em 1938 e que hoje em dia constitui o maior monumento aos caídos de guerra de todo o país.
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