domingo, 12 de outubro de 2014

Contra um PT à beira de um ataque de nervos, campanha de Aécio guarda a bala de prata: o depoimento de Paulo Roberto Costa.

DOMINGO, 12 DE OUTUBRO DE 2014



Paulo Vasconcelos, o marqueteiro de Aécio. Tem a bala de prata na agulha.

A arma de maior poder de destruição do arsenal preparado pela campanha de Aécio Neves para reagir à artilharia pesada já apontada pela candidatura de Dilma Rousseff na direção do tucano é o depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Ele detalhou como um grupo de políticos e dirigentes do PT desviou R$10 bilhões, num esquema que funcionou na empresa nos últimos seis anos.

Apesar de a estratégia da campanha continuar sendo a de mostrar a trajetória de Aécio para apresentá-lo como o candidato preparado para as mudanças necessárias em 2015, o arsenal de reação aos ataques inclui os áudios dos depoimentos de Paulo Roberto, que não são sigilosos. E para desmontar a tentativa de desconstruir a imagem de bom gestor de Aécio, a campanha tem um conjunto de gravações de Dilma para provar que ela boicotou Minas Gerais nos governos do presidenciável e de Antônio Anastasia.

O marqueteiro do candidato do PSDB, Aécio Neves, o publicitário mineiro Paulo Vasconcelos, diz que a campanha não pode morder a isca da baixaria que a campanha da petista tenta jogar no segundo turno. Diz que as mentiras sobre Aécio, sobre a gestão Fernando Henrique Cardoso e o economista Armínio Fraga, podem se transformar numa armadilha para Dilma, se o eleitor entender como desespero da candidata. Sobre o escândalo da Petrobras, ele diz que áudios dos depoimentos do ex-diretor e do doleiro Alberto Yousseff podem ser usados no programa de TV, "no limite do respeito ao eleitor".

- Não queremos competir com o jornalismo. Na primeira peça publicitária do Aécio, quando ele se lançou candidato, o mote já era a Petrobras, pelo que significa, pelo despreparo e aparelhamento no comando da empresa. Dependendo da necessidade de um contraponto, podemos usar a prisão dos mensaleiros, como um reforço, já que isso também já é um assunto percebido pelo eleitor - diz Paulo Vasconcelos. Nos programas de propaganda do rádio, o caso Paulo Roberto foi explorado de forma rápida na sexta-feira. 

ESTRATÉGIA INCLUI MOSTRAR BONS DADOS DE MINAS
A campanha tucana também diz não estar preocupada com as comparações dos governos do PT com os do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e com a afirmação de que ele quebrou o Brasil três vezes. Em contrapartida promete mostrar dados da Pnad que revelariam que, no período de 2010 a 2014, a desigualdade social em Minas Gerais caiu 11,24%, mais do que a média nacional, de 10,2%. Vão mostrar também os índices do Ideb que colocam Minas como a melhor educação pública do ensino fundamental, que o estado é o que mais investe em segurança pública, tem a melhor saúde pública do Sudeste e que a mortalidade infantil caiu 32% na última década .

-Isso é uma armadilha para eles. Quanto mais tempo perderem com isso, melhor. Nossas pesquisas mostram que focar numa realidade de décadas atrás não tem o menor efeito. E mostram também que o eleitor entende isso como uma manobra para fugir do debate do presente e do futuro -diz um dos coordenadores da campanha tucana.

Uma coisa Aécio não vai usar: ataques pessoais. Paulo Vasconcelos diz que eleitor, que está cansado de baixarias e não vai cair nas “mentiras” que o PT pode jogar no programa e redes sociais. -Essa linha pode ser percebida pelo eleitor como desespero. Lá atrás, quando o Aécio cresceu 10 pontos, veio a campanha do medo, dos fantasmas do passado. Essa campanha foi fortemente rejeitada. O perigo é morder a isca da baixaria. Aécio chegou ao segundo turno com a crítica política bem fundamentada, sem baixaria ou videozinho apelativo. Por isso ele se destacou como diferente. Esse é o caminho no segundo turno, mostrar Aécio como o candidato da esperança e da mudança. Vamos mostrar que o que está em jogo é uma causa, é mudar o governo. E o Aécio vai dizer como. O mais importante está no slogan que foi mantido: muda Brasil.

Para o marqueteiro, a estratégia do PT de desconstruir Armínio Fraga como eventual ministro da Fazenda de Aécio, comparando-o a banqueira Neca Setúbal, não terá efeito. -Marina não teve como reagir ao discurso repetido várias vezes, técnica que sabemos de onde vem. No caso do Aécio é diferente. Ele tem tempo igual de TV, tem trajetória e liderança comprovadas. Não há chance de o Armínio comandar o Aécio e o eleitor sabe disso. Quem vai comandar é o Aécio. Ele é um estadista preparado -diz Paulo Vasconcelos. (O Globo)

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