quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Governo de inclusão social despacha 4 milhões de brasileiros de volta às classes sociais mais baixas, aumentando o abismo entre a classe A, formada, sobretudo, por politicos e empresários (elite), e a classe mais baixa, formada, sobretudo, por brasileiros honestos que, por não terem tido acesso à uma educação de qualidade, ganham salário minimo.


Com crise, quase 4 milhões voltam às classes D e E

Segundo estimativa divulgada pelo Valor Econômico, 3,7 milhões de brasileiros deixaram a classe C devido ao aumento do desemprego e à queda de seus rendimentos no ano passado




Marcos Oliveira/USP Imagens
Estimativa feita por economista indica que baixou de 56,6% para 54,6% a participação da classe C na pirâmide social brasileira


O aumento do desemprego e a queda nos rendimentos dos brasileiros já mostram efeito sobre o processo de mobilidade social em curso no país de meados de 2004 a 2014, informa a reportagem do Valor Econômico.


Estudo feito pela economista do Bradesco Ana Maria Barufi estima que, entre janeiro e novembro do ano passado, a participação da classe C na pirâmide social caiu dois pontos percentuais. Baixou de 56,6% para 54,6%. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Ana Maria estima que 3,7 milhões de pessoas deixaram a classe C.


Esse grupo migrou para as classes D e E, segundo a economista. A participação da classe D avançou de 16,1% para 18,9%. No caso da E, o avanço foi de 15,5% para 16,1% no mesmo período. Devido ao agravamento da crise, ela acredita que a classe C tende a voltar a responder por menos da metade da população do país, retomando o nível registrado até 2010.


De acordo com os cortes de renda utilizados pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), em 2015, a classe C reúne famílias com renda mensal entre R$ 1.646 e R$ 6.585, já a D, entre R$ 995 e R$ 1.646. A classe E tem renda familiar até R$ 995, informa o Valor.


A economista observa que não há perspectiva de reversão desse quadro em curto prazo, já que o aprofundamento da crise tende a atingir de forma mais intensa as classes mais baixas. A inflação superior a 10% no acumulado dos últimos 12 meses prejudica ainda mais os brasileiros com menor renda. O resultado, explica Ana Maria Barufi, é que a desigualdade de renda deve voltar a crescer no país nos próximos anos.

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