domingo, 27 de março de 2016

A dor dos animais também é nossa

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"Este é o projeto universal. Nenhum animal nasce para estar privado da liberdade atrás de barras de ferro, preso por telas de arame, cordas, correntes. Toda algema posta no corpo de um animal inocente é um crime contra a animalidade. O que não queremos que nos façam, jamais deveríamos ter autorizado ou compactuado para que o fizessem a qualquer outro animal. Animastê!" [Dra. Sônia T. Felipe]



O confinamento de animais em celas ou em ambientes que não sejam seu habitat natural para serem expostos e exibidos para o entretenimento de nós, humanos, é tão criminoso quanto prender um inocente atrás das grades sem lhe dar nenhuma chance de se defender ou escapar.

Contudo, essa triste realidade está para mudar, pelo menos, para os animais que vivem nos zoológicos da Costa Rica.


Em uma atitude pioneira e condizente com o respeito que os animais merecem, o país ordenou que todos os animais fossem libertados dos zoológicos no último dia 09.


É claro que tal liberação não irá ocorrer imediatamente, mas nos próximos dez anos, conforme uma lei, em vigor, no país, que autoriza o funcionamento dos zoológicos por um período máximo de dez anos.


Depois disso, todos os animais serão encaminhados para santuários, cujos ambientes se aproximem ao máximo possível de seus habitats naturais e, assim, poderão viver em condições melhores e saudáveis. 


Quanto aos animais que não conseguirem se adaptar sozinhos em ambiente natural, estes terão cuidado especial. As instalações de resgate e refúgio serão responsáveis pelo tratamento.


Essa bela iniciativa deveria ser seguida e usada como exemplo em todos os países, afinal, nossa interação com os animais deve se dar de uma forma positiva e não os trancafiando e os impedindo de levar suas vidas de forma natural.

A ganância e falta de respeito transformou animais em atrações, em objetos! 

Muitas vezes, esquecemos que eles são capazes de sentir dor!

Podemos citar o caso de mamíferos marinhos mantidos em cativeiros em grandes parques aquáticos e utilizados unicamente para gerarem milhões de dólares como se fossem coisas e não seres sencientes. Já é sabido que golfinho e baleias vivem muito menos em cativeiro do que animais que vivem livres, pois sofrem de estresse e diversas doenças por serem mantidos presos!

No Brasil, podemos citar as acusações de maus tratos contra os animais pelo Zoológico de Brasília, como a falta de alimentação apropriada e a administração de remédios vencidos aos animais.

Outro modo cruel de exploração dos animais é o circo, onde eles são mantidos praticamente o tempo inteiro em jaulas, são mal tratados e, na maioria das vezes, não recebem os cuidados e alimentação adequada.

Tudo isso nos leva a um questionamento muito simples: Como podemos ter uma sociedade justa e igualitária entre nós, humanos, se ainda tratamos os animais desse jeito? Se fechamos nossos olhos para os maltratos que sofrem diariamente? Quando somos nós quem pagamos para vê-los nessas condições absurdas? Que os tratamos como objetos e fonte de riqueza?

Para tratarmos uns aos outros de forma respeitosa e enxergamos a dor deles, precisamos enxergar a dor de todos, inclusive dos animais, como se fosse nossa.

Carolina Salles é Mestre em Direito Ambiental, ativista animal.

Fernanda Favorito é Graduanda em Direito, Especialista em Gestao Empresarial e Mestre em Hospitalidade.

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