Sete aves marinhas resgatadas em praias do litoral catarinense foram devolvidas à natureza nesta semana. A iniciativa faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), que resgata, reabilita e reintroduz animais marinhos à natureza.
Das sete aves reabilitadas e soltas na última segunda-feira (25), cinco eram gaivotas e as outras duas eram uma fragata e um atobá (veja nos vídeos os momentos das solturas). A veterinária responsável pelo tratamento delas, Samira Costa da Silva, diz que não é possível afirmar o que aconteceu com cada uma, mas que intoxicação alimentar é o caso mais comum nos atendimentos às gaivotas.
“Essas aves marinhas possuem uma dieta variada oportunista, e costumam comer todos os restos de comida que ficam nas praias“, explica Samira. A maioria das fragatas atendidas, por exemplo, apresenta quadro de hipotermia. Também são comuns casos em que as aves tenham engolido um anzol, ou tenham sofrido fraturas.
Monitoramento
Em Santa Catarina, o trabalho consiste basicamente em monitorar diariamente toda a faixa litorânea do estado. Animais como aves, tartarugas e mamíferos debilitados são resgatados e encaminhados para tratamento no centro de reabilitação baseado no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis.
Animais mortos também são recolhidos e passam por necropsia para que a causa da morte seja analisada. Só de janeiro a março deste ano, mais de 100 aves marinhas vivas foram resgatadas e devidamente tratadas. Cada ave solta recebe uma anilha de identificação, o que garante que o trabalho seja monitorado mesmo à distância.
A coordenação desta primeira fase do projeto de monitoramento é realizada pela Universidade do Vale (Univali) em parceria com outras instituições.
Nesta fase a área do pré-sal que envolve a faixa litorânea entre Ubatuba, em São Paulo, e Laguna, no Sul de Santa Catarina, é diariamente monitorada por uma equipe de aproximadamente 300 profissionais.
Em Santa Catarina, a reabilitação de animais é feita pela R3 Animal, baseada em Florianópolis. O programa como um todo acontece graças a uma exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que quer avaliar os impactos da exploração do pré-sal na fauna da região da Baía de Santos.
"Antes fazíamos reabilitação de animais trazidos apenas pela população ou pela Polícia Ambiental. Com este trabalho de monitoramento, com equipes diariamente nas praias, o número de animais resgatados e salvos é muito maior", explica Cristiane Kolesnikovas, presidente da R3 Animal, organização responsável pelo tratamento destes animais.
"Não é possível afirmar se estes animais sofreram maus-tratos, mas há suspeitas", diz Cristiane. O tempo de reabilitação depende do quadro clínico de cada animal, podendo levar dias e até mesmo meses.
Fonte: G1
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