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"As mães sempre se sentem culpadas, tanto pelas coisas boas quanto pelas ruins. Hoje, existe uma pressão para que nossos filhos falem inglês cedo, toquem instrumentos e façam esporte logo. É um monte de coisas. Então, qualquer mãe se cobra e se pergunta: 'Será que estou fazendo errado? Será que o meu filho não produz tudo o que poderia produzir? Será que, lá na frente, ele não vai ser prejudicado?' A verdade é que difícil conquistar um equilíbrio.
Existe hoje essa tendência de se cobrar para criar 'superfilhos'. Acontece que, se eles ficam o dia inteiro cheios de atividades, acabam infelizes, estressados, angustiados. É preciso prestar a atenção quando seu filho dá sinais de que não gosta daquela rotina. O que as crianças adoram mesmo é brincar. Se têm muitos compromissos, a vida fica chata - e elas acabam virando adultos cedo demais. É preciso, portanto, dosar as brincadeiras e os compromissos. Eu procuro deixar meus filhos sem atividades extracurriculares dois dias por semana. Assim, eles chegam da escola e ficam livres para brincar.
O Olavo faz natação e futebol e a Ana Helena, natação e balé. Ela faz balé porque gosta e até pediu. A natação nenhum dos dois ama, mas é importante por uma questão de sobrevivência. Quando for necessário, vão saber se virar na praia ou na piscina.
Eu me formei em administração de empresas e sempre trabalhei no marketing de multinacionais, mas saí há dois anos para me dedicar ao blog e aos meus filhos. Fiz essa movimentação justamente buscando mais equilibrio na vida e para ficar perto deles. Sei que é mais difícil para quem trabalha fora conseguir um convívio maior com as crianças. Até tenho amigas que enchem os filhos de compromissos por falta de opção, porque trabalham o dia todo e não querem deixá-los com babás.
Se for esse o caso, eu recomendo pelo menos procurar atividades que estimulem a criatividade, como um curso infantil de culinária ou algo divertido ao ar livre. Acho que, se a criança frequenta apenas aulas de esporte, por exemplo, pode se sentir pressionada e achar que tem de se sobressair e ganhar o tempo todo. Isso cansa! Uma aula de pintura, que explora a imaginação, talvez seja uma ideia melhor.
Outra dica é o diálogo constante. Meu filho vai fazer 6 anos. Já está na hora de perguntar do que ele gosta mais, deixando-o decidir algumas coisas. Se a gente consulta a criança, as atividades perdem um pouco o tom de obrigação para ela. Claro que é preciso ter muita sensibilidade, porque ela pode simplesmente dizer que não quer fazer nada além da escola. Também não é assim! Mas ela pode dizer que não gosta de futebol, e sim de tênis. Ou que não quer ir a uma festinha, pois, naquele sábado, prefere ficar brincando em casa. A chave é conversar sempre."
Este espaço integra o movimento #livreparadescobrir, lançado por OMO para estimular os pais a deixarem suas crianças brincarem mais, dentro e fora de casa, uma vez que isso é essencial para o desenvolvimento infantil.
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