Os latino-americanos parecem viver mais porque envelhecem em um ritmo mais lento do que outros grupos étnicos.
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDCs), os norte-americanos de origem latina vivem uma média de três anos a mais do que os brancos de origem europeia (caucasianos), com uma expectativa de vida de 82 contra 79 anos. Em qualquer idade, os adultos latino-americanos saudáveis enfrentam um risco 30% menor de morte do que qualquer outro grupo étnico.
Contudo, a incidência de condições como obesidade, diabetes, tabagismo e sedentarismo é significativamente superior nessa parcela da população norte-americana - um fenômeno conhecido como "paradoxo latino-americano".
"Os latino-americanos vivem mais do que os brancos, apesar de experimentar maiores taxas de diabetes e outras doenças. Os cientistas se referem a isso como o 'paradoxo latino-americano'," explica o professor Steve Horvath, da Universidade da Califórnia. "Nosso estudo ajuda a explicar isso demonstrando que os latino-americanos envelhecem mais lentamente no nível molecular."
Relógio epigenético
Em busca de uma explicação para esse paradoxo, Horvath e seus colegas analisaram 18 conjuntos de dados sobre amostras de DNA de cerca de 6.000 pessoas. Os participantes representavam sete etnias diferentes: dois grupos da África, norte-americanos de origem africana, caucasiana (brancos), asiática e latino-americana, além de um grupo de indígenas bolivianos, geneticamente relacionados com os latino-americanos.
A equipe usou vários biomarcadores, incluindo um "relógio epigenético" que a equipe desenvolveu para rastrear uma mudança epigenética ligada ao envelhecimento no genoma. A Epigenética é o estudo de alterações na molécula de DNA que influenciam quais genes estarão ativos, mas que não alteram a própria sequência de DNA.
Quando a equipe examinou o DNA do sangue dessas populações - que revela a saúde do sistema imunológico de uma pessoa - eles foram surpreendidos pelas significativas diferenças ligadas à etnia. Em particular, eles notaram que, depois de considerar as diferenças na composição das células, o sangue dos latino-americanos envelhece mais lentamente do que o sangue dos outros grupos.
"Nós suspeitamos que o ritmo mais lento de envelhecimento dos latino-americanos ajude a neutralizar seus maiores riscos de saúde, particularmente aqueles relacionados à obesidade e à inflamação", disse Horvath.
"Nossos resultados sugerem fortemente que fatores genéticos ou ambientais ligados à etnia podem influenciar a rapidez com que uma pessoa envelhece e quanto tempo ela vive."
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