segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Com o Jalapão, o Brasil passa a ter 15 mosaicos reconhecidos
oficialmente; área abrange nove unidades de conservação nos estados da
Bahia e de Tocantins
Portaria publicada na sexta-feira (30) reconhece uma área de quase três milhões de hectares como o Mosaico do Jalapão.
A área abrange nove unidades de conservação (UC) nos estados da Bahia e
de Tocantins. A Portaria 434 do Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi
publicada no Diário Oficial da União de sexta (30).
O mosaico é um instrumento de gestão integrada e participativa. Tem a
finalidade de ampliar as ações de conservação para além dos limites das
UCs, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a
valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no
contexto regional.
Um mosaico abrange unidades próximas, justas ou sobrepostas,
pertencentes a diferentes esferas de governo ou de gestão particular. No
caso do Jalapão, três UCs estão sob a gestão do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), duas do Instituto de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), duas do Instituto
Natureza de Tocantins (Naturatins), uma do município de São Félix do
Tocantins e outra sob gestão privada, que é a Reserva Particular do
Patrimônio Natural Catedral do Jalapão.
Com o Jalapão, o Brasil passa a ter 15 mosaicos reconhecidos
oficialmente. A integração entre as unidades de conservação que compõem
cada um deles é feito por meio de um conselho consultivo, formado por
representantes do poder público, de organização não governamental, de
instituição de ensino e pesquisa e da comunidade, entre outros.
Região estratégica
Inserida no bioma Cerrado, a região abriga as nascentes de afluentes de
três importantes bacias hidrográficas brasileiras: Tocantins, Parnaíba e
São Francisco, o que transforma o Jalapão numa região estratégica para o
País. A presença de animais ameaçados de extinção, como o pato
mergulhão (Mergus octosetaceus), desperta o interesse de cientistas de
várias partes do mundo.
O extrativismo e o artesanato também representam importantes
alternativas de renda e são elementos chave para o desenvolvimento
sustentável das comunidades da região, que mantém um modo de vida
tradicional, utilizando principalmente os frutos, o capim dourado e a
palha do buriti para sua produção.
Projeto
O Projeto do Jalapão, responsável pela mobilização que culminou com o
reconhecimento, reuniu gestores das UCs, a comunidade e os setores
produtivos locais, acompanhados pelo ICMBio e pelo MMA, em parceria com a
Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
Fonte: EcoDebate
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