10/10/2016 12h44
- Atualizado em
10/10/2016 12h44
Programa pode ser baixado para celulares com sistemas Android e iOS.
Denúncias podem ser feitas em tempo real e acompanhadas pelo celular.
Galpão em Taguatinga sendo demolido em ação da Agefis (Foto: Agefis/Divulgação)
saiba mais
De acordo com a superintendente de operações da Agefis, Ana Cláudia
Fiche, a maior parte das denúncias trata de grilagem em área pública no
Lago Norte ou no Sol Nascente, em Ceilândia. "Quando a irregularidade é
em área pública, demolimos imediatamente. Em terreno particular, ou o
local é embargado ou recebe intimação demolitória, dando 30 dias para
que o proprietário solucione a situação", afirmou.- GDF cria aplicativo e força-tarefa para barrar grilagem 'em tempo real'
- App criado pela Agefis permite que cidadão denuncie grilagem no DF
- Justiça Federal suspende derrubadas e obras na orla do Paranoá, no DF
- PM usa 'taser' e spray de pimenta em derrubada de invasão no DF; vídeos
- Fiscais da Agefis derrubam quatro casas em invasão no DF
- Grupo monta barricada para impedir 2º dia de derrubada em invasão no DF
- Diretora da Agefis explica 'plano de derrubadas' a deputados distritais
Segundo ela, o aplicativo trouxe um diferencial para a atuação dos auditores. "A gente está conseguindo pegar essas irregularidades no início, ainda no começo da construção. É muito mais fácil para a gente agir do que quando é consolidado, quando há uma família morando no local. Aí a ação é mais dispendiosa, dependendo da presença de mais órgãos para que a gente possa agir."
A mais recente ação de derrubada motivada pelo aplicativo foi na sexta-feira (7) em Taguatinga. Os fiscais demoliram um galpão construído no Parque do Cortado. Na semana retrasada, os auditores retiraram um contêiner instalado em área pública no Lago Norte.
As 81 denúncias consideradas improcedentes pela Agefis não se referem a construções irregulares ou parcelamento de terra – função exclusiva do aplicativo. Alguns dos relatos são sobre quiosques em locais irregulares ou ação de ambulantes. Ainda assim, a denúncia não "perdida". A Agefis faz a triagem e encaminha o caso para o setor competente. “Só não contabiliza no balanço do aplicativo", disse Ana Cláudia.
Contêiner instalado em área pública do Lago Norte é rebocado (Foto: Agefis/Divulgação)
O programa pode ser baixado de graça para sistemas Android e iOS. Até esta segunda, o sistema registrava pelo menos 10 mil downloads. No app, os usuários podem fazer denúncias anônimas, mesmo que não tenham certeza da legalidade da ocupação. Após receber o aviso, equipes da Agefis vão até o local para conferir se a ocupação é ou não regular.
O botão usado para denunciar uma invasão está na tela inicial do aplicativo. O autor da reclamação não precisa se identificar – basta preencher um formulário com o endereço e a descrição do espaço ocupado. Fotos podem ser incluídas no formulário e também ajudam na análise.
Mapa de ocupação
O programa também oferece um mapa do DF que indica as áreas prioritárias de combate a ocupações irregulares e aponta todos os lotes que estão regularizados. Com o GPS do celular, o usuário pode verificar se a área ao redor está ou não disponível para a ocupação.
Áreas marcadas em vermelho são identificadas como prioritárias para a fiscalização. As regiões em amarelo estão em fase de regularização, segundo a Agefis. Áreas de preservação permanente (APPs), que têm regras ainda mais estritas de construção, também são indicadas no aplicativo.
Durante um seminário em março, Bruna classificou o combate à grilagem de terras como "uma guerra que está sendo perdida ao longo dos anos". A diretora da Agefis afirmou que o valor perdido em impostos não arrecadados, como IPTU e Taxa de Limpeza Pública (TLP), poderiam fazer diferença em áreas como saúde e educação.
"Os órgãos de controle auditam as obras que estão sendo feitas, de um hospital, por exemplo, e conseguem achar desvios de 5%, 10%. Uma única chácara vendida por grileiros no ano passado, foi vendida por R$ 20,8 milhões. Um hospital para atender 40 mil pessoas custa R$ 15 milhões. O maior roubo que a gente tem dentro da cidade, o maior desvio financeiro, é o da terra", disse Bruna.
Ela também classificou o combate à grilagem como "guerra" e rejeitou o argumento de que as ocupações mais recentes tenham sido causadas pela "inocência" dos moradores.
"Se podemos considerar compradores de boa-fé, são aqueles [do início da ocupação do DF]. São [moradores de] condomínios que, ainda hoje, lutam pela sua regularização.
De lá para cá, a ousadia dos grileiros cresceu bastante. Eles não perdem tempo buscando falsificar escritura. Simplesmente invadem, parcelam área pública, já constroem pequenas casas e vendem, sobretudo para a população mais pobre, utilizando a necessidade da população de ter uma casa", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário