Redação do Site Inovação Tecnológica -
09/11/2016
A Antártica será o primeiro passo para a estufa que poderá alimentar humanos no espaço, na Lua e em Marte. [Imagem: DLR]
Enquanto procuram ardentemente por exoplanetas na zona habitável, os humanos também se dedicam cada vez mais a preparativos para viver fora da zona habitável da Terra.
Isso inclui primariamente as viagens espaciais, certamente, mas não só. As preocupações ambientais estão levando cada vez mais pesquisadores para as regiões polares, e lá também é difícil manter laboratórios "sustentáveis" - que possam produzir seu próprio alimento, pelo menos.
A DLR, a agência espacial da Alemanha, está desenvolvendo fazendas modulares que possam ser enfiadas dentro de invólucros adequados a cada uma dessas situações.
O protótipo da estufa "Estufa Eden ISS" será testado na estação polar alemã Neumayer III, na Antártica, mas o projeto já prevê a nova etapa, em que tudo será acondicionado em formato de tubo e enviado ao espaço - primeiro para a Estação Espacial Internacional (daí o ISS no nome desse "jardim do Éden" miniaturizado) e, mais no futuro, para a Lua ou Marte.
Aeroponia
"Primeiro de tudo, precisamos fornecer as necessidades básicas das plantas na estufa polar, que não podem ser presumidas como existentes na Antártica," explicou Paul Zabel, coordenador do projeto. "Tubos para fornecer água em quantidades adequadas, lâmpadas para fornecer a luz adequada e até filtros e bicos para aspergir uma solução promotora do crescimento [das plantas] devem ser colocados e postos para funcionar."
Afinal, manter a água em estado líquido é um desafio nos -30º C da Antártica, e as plantas vão precisar de luz durante a escuridão da noite polar, que dura meses. Isto sem contar um isolamento térmico que permita uma temperatura adequada aos vegetais. Sem dúvida, um bom teste para uma estufa espacial.
As plantas serão cultivadas por um processo chamado aeroponia: "A água não é fornecida diretamente às plantas, ela é controlada por computador para adicionar uma solução especial de nutrientes. A cada cinco a 10 minutos, as plantas são aspergidas automaticamente com essa mistura de água e nutrientes, de forma que elas podem ser cultivadas completamente sem solo," explicou Zabel.
Além de evitar problemas de contaminação, o cultivo aeropônico evita a necessidade de carregar grandes quantidades de solo, e a água pode ser reutilizada continuamente.
Todo
o sistema já foi projetado para ser reconstruído na forma de um
laboratório espacial, que possa ser anexado à Estação Espacial
Internacional ou a uma nave de longo alcance. [Imagem: DLR]
Nenhum comentário:
Postar um comentário