quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Mulher morre nos EUA de infecção resistente a todos os antibióticos




Era pós-antibióticos
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) anunciou que uma mulher que morreu em um hospital do estado de Nevada em agosto passado foi vítima de uma cepa da bactéria Klebsiella que se mostrou resistente a 26 antibióticos diferentes - todos os antibióticos que o hospital tinha ao seu dispor.

Segundo as autoridades norte-americanas, a mulher provavelmente pegou a bactéria resistente quando foi hospitalizada na Índia devido a uma fratura na perna.


De forma um tanto trágica, a infecção poderia ter sido curada por um antibiótico já licenciado para usos como este na Europa, mas não nos Estados Unidos. A fosfomicina é uma droga antiga, que foi substituída por cefalosporinas mais modernas na década de 1980. Mas os médicos estão agora tentando ressuscitar e relicenciar essas drogas para uso no número crescente de casos onde os mais novos falham.

Em outubro passado, pesquisadores relataram que mais de um terço das infecções de sangue em recém-nascidos envolvendo Klebsiella e bactérias semelhantes eram tão multirresistentes que eram praticamente intratáveis. Nos casos de infecção por Acinetobacter, 82% eram virtualmente impossíveis de eliminar.


Antibióticos de último recurso
De acordo com o CDC, pelo menos 90% das infecções multirresistentes nos Estados Unidos ainda podem ser vencidas por pelo menos um antibiótico de último recurso.


O mais preocupante é que "não sabemos quantas infecções totalmente resistentes aos antibióticos existem agora," disse Mike Sharland, da Universidade de Londres. Só agora a Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de começar um projeto de rastreamento para tentar coletar esses dados.




Sharland diz que, em toda a Europa, as infecções hospitalares atingem entre 10 e 17% dos bebês tratados em unidades neonatais ou de terapia intensiva, e outros estudos sugerem que muitos destes podem ser multirresistentes.


O problema parece ser particularmente grave na Índia, onde tais infecções "ameaçam o retorno a uma era pós-antibióticos em unidades de cuidados intensivos neonatais indianos," disse o especialista.

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