- quinta-feira, 09 fevereiro 2017 17:10
- Por
Duda Menegassi
A Caatinga é uma caixa de surpresas para aqueles que acreditam
que não há vida ou beleza no sertão nordestino. O clima seco e a aridez
do solo escondem a rica biodiversidade que existe no bioma. De acordo
com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Caatinga é o lar de 178
espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 de anfíbios, além
de 241 espécies de peixes e 221 espécies de abelhas. Presente em todos
os estados da região nordeste e em Minas Gerais, o bioma corresponde a
11% do território brasileiro. Apesar disto, a Caatinga é ameaçada pelo
desmatamento indiscriminado e, infelizmente, é um dos biomas menos
protegidos do país, onde pouco mais de 1% das unidades de conservação
oferecem proteção integral.
Na linha de frente da resistência
estão algumas Unidades de Conservação que, além de essenciais para
conservação, guardam cenários que mostram ao visitante os muitos
encantos do bioma. Para mostrar um pouco desse ainda pouco
reconhecido (e protegido) bioma, o WikiParques selecionou cinco unidades que colaboram para preservar a Caatinga:
Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA)
O cartão-postal do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Foto Heris Rocha
A
Chapada Diamantina é uma das regiões de ecoturismo mais conhecidas do
país, porém muitos visitantes não percebem que os cenários exuberantes
que o cercam pertencem à Caatinga. O Parque Nacional da Chapada
Diamantina foi criado em 1985 e é uma das maiores áreas protegidas do
bioma, com 152.141 hectares de extensão. No parque, além dos chapadões
que compõe o cenário oficial do parque, as trilhas, cachoeiras, poços e
grutas encantam os visitantes. A Chapada Diamantina é mais um exemplo da
rica biodiversidade da Caatinga. O parque já registrou mais de 250
espécies de aves, dentre elas o beija-flor-gravatinha-vermelha, endêmico
da região. Outros personagens da fauna local são o tamanduá-bandeira, o
macaco prego, a jaguatirica, capivara e lagartos.
Parque Nacional do Catimbau (PE)
As imensidões da Caatinga no Parque Nacional do Catimbau. Foto: Bruno Vinícius
O
Parque Nacional do Catimbau foi criado em 2002 e, com seus 62.300
hectares de extensão, é uma importante área de conservação da Caatinga.
Um dos destaques do parque são os sítios arqueológicos e as pinturas
rupestres que remontam a um passado de até 6 mil anos atrás. As
paisagens naturais do parque, por sua vez, garantem que o tempo presente
não passará desapercebido, e os visitantes podem contemplar os cânions,
cavernas e os formatos curiosos das rochas esculpidas pela erosão. Na
fauna, espécies típicas do bioma como a raposa, o tatu-peba, os gaviões e
as seriemas ajudam a provar a riqueza da biodiversidade da Caatinga.
Parque Nacional Serra da Capivara (PI)
Vista aérea do Baixão da Pedra Furada, no Parque Nacional Serra da Capivara.
Foto: Pedro Nassar
Reconhecido
como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 1991, o Parque
Nacional Serra da Capivara preserva não apenas uma porção da Caatinga e
sua fauna e flora, mas um pedaço da pré-história brasileira. O passado
está “ilustrado” pelo parque através de pinturas rupestres que colorem
os paredões rochosos e as grutas com histórias de um mundo que não
existe mais. Os sítios arqueológicos não são o único motivo para
conhecer o parque que possui monumentos geológicos, formações rochosas e
desfiladeiros que impõe a magnitude e a força da Caatinga. A fauna do
parque também não fica para trás, há registro de mais de 200 espécies de
aves e de mais de 30 mamíferos, entre eles a onça-pintada.
Parque Nacional de Sete Cidades (PI)
As curiosas formações rochosas do Parque Nacional de Sete Cidades. Foto: Otávio Nogueira
O
Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí, é outro lugar onde a beleza
cênica dos paredões e formações rochosas servem de moldura para uma
viagem ao passado ilustrada por pinturas rupestres. Passado e presente
se misturam nos mais de 6 mil hectares do parque, que também é uma zona
de encontro da Caatinga com o Cerrado. Pés de pequi e juazeiros se
juntam na mesma paisagem que une flora e fauna típica dos dois biomas. A
mistura só enriquece ainda mais as belezas naturais do parque que
também possui cachoeiras, poços e lagos que garantem um refresco ao
clima quente do Piauí.
Parque Nacional Serra das Confusões (PI)
Paredão rochoso do Parque Nacional Serra das Confusões. Foto Joaquim Neto
Também
localizado no Piauí, o Parque Nacional Serra das Confusões foi criado
em 1998 e possui impressionantes 823.843 hectares de extensão, que o
colocam na posição de maior parque do Piauí, décimo do país. Igualmente
impressionante são as paisagens do parque que está situado entre as
bacias hidrográficas dos rios Parnaíba e São Francisco. Grutas, rios,
mirantes e formações rochosas compõem o cenário que inclui o fotogênico
Desfiladeiro das Andorinhas. Na fauna do parque estão duas espécies
ameaçadas de extinção, o gato-maracajá e a onça-parda.
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