sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Cinco parques para valorizar a Caatinga


A Caatinga é uma caixa de surpresas para aqueles que acreditam que não há vida ou beleza no sertão nordestino. O clima seco e a aridez do solo escondem a rica biodiversidade que existe no bioma. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Caatinga é o lar de 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 de anfíbios, além de 241 espécies de peixes e 221 espécies de abelhas. Presente em todos os estados da região nordeste e em Minas Gerais, o bioma corresponde a 11% do território brasileiro. Apesar disto, a Caatinga é ameaçada pelo desmatamento indiscriminado e, infelizmente, é um dos biomas menos protegidos do país, onde pouco mais de 1% das unidades de conservação oferecem proteção integral.



Na linha de frente da resistência estão algumas Unidades de Conservação que, além de essenciais para conservação, guardam cenários que mostram ao visitante os muitos encantos do bioma.  Para mostrar um pouco desse ainda pouco reconhecido (e protegido) bioma, o WikiParques selecionou cinco unidades que colaboram para preservar a Caatinga:



Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA)
O cartão-postal do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Foto Heris Rocha
O cartão-postal do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Foto Heris Rocha


A Chapada Diamantina é uma das regiões de ecoturismo mais conhecidas do país, porém muitos visitantes não percebem que os cenários exuberantes que o cercam pertencem à Caatinga. O Parque Nacional da Chapada Diamantina foi criado em 1985 e é uma das maiores áreas protegidas do bioma, com 152.141 hectares de extensão. No parque, além dos chapadões que compõe o cenário oficial do parque, as trilhas, cachoeiras, poços e grutas encantam os visitantes. A Chapada Diamantina é mais um exemplo da rica biodiversidade da Caatinga. O parque já registrou mais de 250 espécies de aves, dentre elas o beija-flor-gravatinha-vermelha, endêmico da região. Outros personagens da fauna local são o tamanduá-bandeira, o macaco prego, a jaguatirica, capivara e lagartos. 


Parque Nacional do Catimbau (PE)
As imensidões da Caatinga no Parque Nacional do Catimbau. Foto: Bruno Vinícius
As imensidões da Caatinga no Parque Nacional do Catimbau. Foto: Bruno Vinícius


O Parque Nacional do Catimbau foi criado em 2002 e, com seus 62.300 hectares de extensão, é uma importante área de conservação da Caatinga. Um dos destaques do parque são os sítios arqueológicos e as pinturas rupestres que remontam a um passado de até 6 mil anos atrás. As paisagens naturais do parque, por sua vez, garantem que o tempo presente não passará desapercebido, e os visitantes podem contemplar os cânions, cavernas e os formatos curiosos das rochas esculpidas pela erosão. Na fauna, espécies típicas do bioma como a raposa, o tatu-peba, os gaviões e as seriemas ajudam a provar a riqueza da biodiversidade da Caatinga.


Parque Nacional Serra da Capivara (PI)
Vista aérea do Baixão da Pedra Furada, no Parque Nacional Serra da Capivara. Foto: Pedro Nassar
Vista aérea do Baixão da Pedra Furada, no Parque Nacional Serra da Capivara. 
Foto: Pedro Nassar


Reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 1991, o Parque Nacional Serra da Capivara preserva não apenas uma porção da Caatinga e sua fauna e flora, mas um pedaço da pré-história brasileira. O passado está “ilustrado” pelo parque através de pinturas rupestres que colorem os paredões rochosos e as grutas com histórias de um mundo que não existe mais. Os sítios arqueológicos não são o único motivo para conhecer o parque que possui monumentos geológicos, formações rochosas e desfiladeiros que impõe a magnitude e a força da Caatinga. A fauna do parque também não fica para trás, há registro de mais de 200 espécies de aves e de mais de 30 mamíferos, entre eles a onça-pintada.


Parque Nacional de Sete Cidades (PI)
As curiosas formações rochosas do Parque Nacional de Sete Cidades. Foto: Otávio Nogueira
As curiosas formações rochosas do Parque Nacional de Sete Cidades. Foto: Otávio Nogueira



O Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí, é outro lugar onde a beleza cênica dos paredões e formações rochosas servem de moldura para uma viagem ao passado ilustrada por pinturas rupestres. Passado e presente se misturam nos mais de 6 mil hectares do parque, que também é uma zona de encontro da Caatinga com o Cerrado. Pés de pequi e juazeiros se juntam na mesma paisagem que une flora e fauna típica dos dois biomas. A mistura só enriquece ainda mais as belezas naturais do parque que também possui cachoeiras, poços e lagos que garantem um refresco ao clima quente do Piauí.
Parque Nacional Serra das Confusões (PI)
Paredão rochoso do Parque Nacional Serra das Confusões. Foto Joaquim Neto
Paredão rochoso do Parque Nacional Serra das Confusões. Foto Joaquim Neto



Também localizado no Piauí, o Parque Nacional Serra das Confusões foi criado em 1998 e possui impressionantes 823.843 hectares de extensão, que o colocam na posição de maior parque do Piauí, décimo do país. Igualmente impressionante são as paisagens do parque que está situado entre as bacias hidrográficas dos rios Parnaíba e São Francisco. Grutas, rios, mirantes e formações rochosas compõem o cenário que inclui o fotogênico Desfiladeiro das Andorinhas. Na fauna do parque estão duas espécies ameaçadas de extinção, o gato-maracajá e a onça-parda.

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