terça-feira, 4 de julho de 2017
Um novo estudo revela que espécies de abelhas estão morrendo devido a elevação da temperatura das cidades.
Um novo estudo divulgado pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, descobriu que espécies de abelhas selvagens norte-americanas comuns diminuem à medida que as temperaturas urbanas aumentam.
“Nós olhamos para 15 das espécies de abelhas mais comuns nas cidades do sudeste [dos Estados Unidos] e – através de trabalho de campo e laboratório – descobrimos que as temperaturas crescentes em ilhas de calor urbano tiveram um efeito negativo em quase todas elas”, diz Steve Frank, coautor do estudo.
“O empolgante é que pudemos usar um teste de laboratório relativamente fácil em abelhas individuais para prever como populações inteiras iriam reagir a temperaturas mais elevadas em áreas urbanas”, diz Elsa Youngsteadt, coautora principal da pesquisa. “Esta é uma ferramenta que podemos usar para outras espécies de abelhas no futuro, nos dando uma visão de como o aquecimento urbano afeta os ecossistemas”.
No laboratório os pesquisadores estabeleceram a temperatura térmica crítica para 15 espécies de abelhas. As espécies mais tolerantes ao calor incluíram as abelhas carpinteiras Xylocopa virginica e Ceratina strenua, com valores entre 50 e 51 °C. As espécies menos tolerantes ao calor foram a Agapostemon virescens e a Bombus bimaculatus, ficando incapacitadas com temperaturas abaixo de 45 °C. Vale ressaltar que a pesquisa levou em conta a temperatura máxima em que um inseto fica incapacitado, mas o inseto é afetado negativamente a temperaturas mais baixas e pode deixar um habitat ou se reproduzir menos.
“Depois de medir os valores de temperatura máxima ainda não sabíamos se a forma como as abelhas individuais responderam à temperatura no laboratório corresponderia a como as populações de abelhas respondem a temperaturas mais elevadas em habitats confusos e reais”, diz Youngsteadt.
Para abordar esta questão, os pesquisadores amostraram populações de
abelhas 11 vezes ao longo de dois anos em 18 locais urbanos na Carolina
do Norte.
Os pesquisadores descobriram que a resposta das 15 espécies de abelhas estudadas no laboratório correspondia à abundância de cada espécie em locais urbanos. Em outras palavras, quanto menor a tolerância às altas temperaturas de uma espécie, mais seus números diminuíram com o aquecimento urbano.
“Isso é certamente relevante para as ilhas de calor urbano, mas também
pode nos ajudar a entender os efeitos potenciais da mudança climática
global nas espécies de abelhas”, diz Youngsteadt. “Se as espécies com
menor tolerância às altas temperaturas são mais sensíveis ao aquecimento
urbano, elas também podem ser mais sensíveis ao aquecimento em outros
ambientes”.
Fonte: Ciclo Vivo
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