sábado, 8 de julho de 2017

Exército homenageia servidores do Ibama mortos em acidente


Por Sabrina Rodrigues
Operação de combate à exploração ilegal de ouro na terra indígena Yanomami, realizada em abril de 2016. Servidores estavam a caminho de mais uma operação de combate à mineração ilegal na Terra Indígena quando ocorreu o acidente. Foto: Ibama.
Operação de combate à exploração ilegal de ouro na terra indígena Yanomami, realizada 
em abril de 2016. Servidores estavam a caminho de mais uma operação de combate 
à mineração ilegal na Terra Indígena quando ocorreu o acidente. 
Foto: Ibama.


Debaixo de chuva e tristeza, um pelotão do Exército brasileiro se perfilou e disparou uma salva de tiros em respeito a Olavo Perim Galvão, 35 anos, do Espírito Santo, e Alexandre Rochinski, 45 anos, de Santa Catarina, mortos num acidente de avião na manhã de segunda-feira (03). Os caixões foram carregados pela tropa, para serem embarcados em outra aeronave e fazer o caminho de volta até os Estados de origem das vítimas.


A tragédia é evidência da rotina perigosa do combate ao crime ambiental no Brasil, onde os agentes do governo são sujeitos a riscos enquanto trafegam por estradas ermas, voam em aviões de pequeno porte ou são ameaçados pelos criminosos que desmatam para explorar madeira ou grilar terras que antes eram floresta.


Na cerimônia, realizada no Aeroporto Internacional de Boa Vista, os militares atiraram três vezes em direção ao chão, enquanto os caixões envoltos na Bandeira do Brasil eram levados ao avião da FAB.


“Os meninos voltaram para casa, nas mãos da pátria agradecida, defendendo os  Yanomamis contra a degradação ambiental”, disse Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama.


Assista ao vídeo:
No vídeo, é possível assistir as honrarias militares aos servidores mortos no acidente de avião que ocorreu na última segunda-feira (o3) em Roraima. Crédito do vídeo: Renê Luiz de Oliveira, coordenador-Geral de Fiscalização Ambiental do Ibama.


Acidente
Os servidores estão entre os quatro mortos no acidente, sendo três servidores do Ibama -- os analistas ambientais Olavo Perin, de 35 anos, do Espírito Santo; Alexandre Rochinski, de 45 anos, de Santa Catarina e o técnico administrativo Sebastião Júnior, de 50 anos, de Roraima --. mais o piloto, Marcos Jardim. Os quatro morreram carbonizados.


O Cessna, prefixo PR-MFR 2010, da empresa Paramazônia, caiu sobre árvores logo após decolar na pista, em Cantá, município que integra a região metropolitana de Boa Vista, capital do estado. Do acidente, só sobreviveu o analista ambiental Lazlo Macedo de Carvalho, de 44 anos, que foi transferido na terça-feira do Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, para o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG), no Rio de Janeiro. Lazlo teve 45% do corpo queimado e precisa de cuidados especiais.


A aeronave havia sido alugada pelo Exército para levar os servidores do Ibama para uma operação de combate à mineração ilegal na Terra Indígena Yanomâmi, área de fronteira, em uma ação da Operação Curare VIII. É o segundo avião da empresa a cair em menos de duas semanas.

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