- terça-feira, 11 julho 2017 21:18
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Os pesquisadores analisaram o número de espécies encontradas em quadrantes de 10 quilômetros quadrados. Avaliaram a distribuição de 27.600 espécies conhecidas de pássaros, anfíbios, mamíferos e répteis. E olharam com atenção dados mais detalhados entre 1990 e 2015, disponíveis para 177 espécies de mamíferos. Os números indicam que 40% das espécies estão reduzidas a uma área equivalente a um quarto do que já chegaram a ocupar.
Esta redução ocorre em ritmo diferente, conforme a região e o grupo taxonômico. Em regiões de alta biodiversidade, como florestas próximas a áreas montanhosas, a exemplo de Andes-Amazônia, Congo-Montanhas da África Oriental, Himalaia-Sul da Ásia, ocorre uma maior perda no número de espécies. Em zonas temperadas, proporcionalmente ao número de espécies conhecidas, a proporção daquelas que estão em declínio é maior.
Embora o declínio ainda não signifique o desaparecimento destas espécies, é considerado, pelos autores do estudo, o prenúncio de uma extinção massiva de espécies. Eles citam o caso do leão, que já esteve presente desde regiões da Europa à Índia e praticamente toda a África. Hoje, esse grande felino é encontrado apenas em áreas espalhadas ao Sul do Deserto do Saara e em uma minúscula área no Oeste da Índia.
"Este é um caso de uma aniquilação biológica ocorrendo globalmente, mesmo que as espécies pertencentes a essas populações ainda estejam presentes em algum lugar da Terra”, afirma o professor de Biologia Rodolfo Dirzo, que também assina o artigo.
Extinção de serviços ambientais
Os pesquisadores do Stanford Woods Institute for Environment, responsáveis pela pesquisa, alertam que o declínio das espécies significa também a extinção de serviços ecossistêmicos cruciais para o planeta, como a polinização realizada por abelhas, controle de pestes e purificação de água proporcionada por áreas úmidas. Eles afirmam que metade da população de animais que vivia na terra já desapareceu.
“A perda massiva de populações e espécies reflete nossa falta de empatia para com todas as espécies selvagens que estão em nossa companhia desde nossas origens”, afirma o líder do estudo Gerardo Ceballos, da Universidade Autônoma do México. “Isto é o prelúdio para o desaparecimento de muito mais espécies e o declínio de sistemas naturais que tornam a civilização possível”, completa.
Em 2015, um dos autores desse estudo, o professor emérito de Biologia Paul Ehrlich, já havia publicado um artigo chamando a atenção para a extinção massiva em curso no planeta. De acordo com ele, estamos entrando em uma era sem paralelo desde o desaparecimento dos dinossauros, há 66 milhões de anos. Dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, Inglês) indicam que 41% das espécies de anfíbios e 26% dos mamíferos estão ameaçados de extinção.
Professor Paul Ehrlich fala sobre o estudo (em inglês):
https://youtu.be/TDvyUbp5WDE
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