- segunda-feira, 10 julho 2017 22:59
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A mudança no status de conservação beneficia os posseiros legítimos e os grileiros que invadiram a área protegida depois que ela foi criada, em 2006. Assim, a produção que ali ocorre ficará legalizada.
É esse o principal motivo da luta para redimensionar o tamanho da área protegida, a mais desmatada do país.
Os manifestantes usam caminhões e até tratores destruídos pelo Ibama em operação contra o desmatamento para bloquear a rodovia. As paralisações estão acontecendo em pontos nas localidades de Castelo dos Sonhos, Cachoeira da Serra, Vila Isol, Novo Progresso, Três Boeiras, Caracol e Moraes Almeida.
Na manhã desta segunda-feira, líderes do movimento decidiram manter o bloqueio da estrada. Os manifestantes reclamam que o governo sequer negociou um meio termo com eles.
Madeireiros atacam o Ibama
O clima de apreensão aumentou no final da semana passada, quando manifestantes queimaram oito caminhonetes do Ibama, além da carreta que as transportava, em Cachoeira da Serra, às margens da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), no município de Altamira. O crime aconteceu na madrugada de sexta-feira (07). A ação teria sido feita por madeireiros e seria uma retaliação ao órgão por conta de uma operação que combateu a retirada de madeira da Terra Indígena Menkragnoti.
Num áudio que circulou por Whatsapp, uma pessoa não identificada avisa que as carretas estão seguindo para Santarém, no Pará. Em outro áudio, uma mulher comenta num grupo que os veículos foram incendiados. “Acabamos de receber a notícia aqui que queimaram, lá em Cachoeira da Serra, as duas cegonhas que vinha carregada de caminhonete do Ibama. Tá tudo lá em chamas (...). Bora agradecer a Deus e vamos orar pra Deus nos proteger e continuar destruindo eles também [o Ibama], que eles não quer destruir as coisas do trabalhador?”. Em em mensagem enviada ao jornal Folha do Progresso, um morador chegou a defender que restaurantes, hotéis, oficinas a até empresas de internet não atendam servidores do Ibama e do ICMBio. “Em guerra se usa as armas que tem”.
A escalada de violência na região e o clima bélico só tende a aumentar. O Ibama considerou a queima das caminhonetes um atentado e a presidente, Suely Araújo, mandou fechar todas as serrarias da região. "Foi um atentado contra ação legítima do Estado brasileiro", disse o diretor de Proteção Ambiental, Luciano Evaristo, em nota.
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