Cerca de 100 comunidades da
bacia do Tapajós e duas unidades de conservação, incluindo a reserva
extrativista Tapajós Arapiuns e a Floresta Nacional do Tapajós, contarão
a partir de agora com um acordo que aumenta a preservação dos peixes e,
por consequência, da biodiversidade local.
Construído ao longo dos últimos 10
meses, o acordo irá normatizar a pesca na região, com regras para
orientar a atividade pesqueira, como período, apetrechos e quantidade de
captura. O acordo prevê ainda campanhas de educação ambiental e um
sistema de monitoramento que irá analisar os impactos nos estoques
pesqueiros e a eficiência do acordo pelos próximos 3 anos. O sistema
será desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia –
IPAM em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará e o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.
“Esse acordo é muito importante porque a
complexa região do Tapajós, cortada por UC’s e terras indígenas, tem
uma pressão de pesca ilegal muito grande. Colocar todos os agentes para
debater esse contexto foi fundamental”, afirma a coordenadora do
escritório do IPAM em Santarém, Alcilene Cardoso.
O sistema precisará de 6 a 8 meses para
diagnósticos iniciais. Nos últimos 10 meses foram consultadas todas as
comunidades envolvidas, que participaram da elaboração dos documentos e
da capacitação de lideranças comunitárias extrativistas e indígenas.
A construção do acordo, luta de décadas
do povo da região, envolveu um grupo de trabalho formado pelo Conselho
Indígena do Tapajós, Organização Tapajoara, colônias de pescadores dos
municípios de Santarém e Belterra, IBAMA, ICMBio, IPAM, UFOPA e
comunidades.
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