Líderes em tecnologia pedem proibição de robôs assassinos
Com informações da BBC -
21/08/2017
Tecnologia de matarMais de cem especialistas em robótica estão cobrando da ONU uma iniciativa para prevenir o desenvolvimento de "robôs assassinos".
Em uma carta à organização, líderes de setores que usam inteligência artificial alertam para o risco de "uma terceira revolução (na tecnologia) de guerra" e pedem a proibição do uso de inteligência artificial (IA) no desenvolvimento e uso de armas.
"Uma vez desenvolvidos, elas permitirão um conflito armado numa escala maior do que nunca, e em intervalos de tempo mais rápidos que os humanos podem compreender", diz a carta assinada por 116 especialistas. "Estas podem ser armas de terror, armas que déspotas e terroristas usam contra populações inocentes, e armas que podem ser hackeadas (e reprogramadas) para fazer coisas indesejáveis."
Há um tom de urgência na mensagem dos líderes de tecnologia, que alertam que "não há muito tempo para agir". "Uma vez a caixa de Pandora seja aberta, será difícil fechá-la", acrescenta.
Por isso, eles pedem que essa tecnologia "moralmente errada" seja acrescentada à lista de armas banidas pela Convenção das Nações Unidas sobre Certas Armas Convencionais (CCW).
Armamento autônomo
Na carta, os especialistas também lamentaram o adiamento para novembro de uma reunião de um grupo da ONU focado em armamento autônomo, que deveria discutir o assunto nesta segunda-feira.
Uma possível proibição no desenvolvimento de tecnologia de robôs matadores já tinha sido discutida por comitês da ONU. Em 2015, mais de mil especialistas de tecnologia, cientistas e pesquisadores escreveram uma carta alertando sobre os perigos das armas autônomas.
Entre os signatários da carta de 2015 estavam, além de Elon Musk, da Tesla e da SpaceX, o cientista Stephen Hawking e o cofundador da Apple Steve Wozniak.
O que é um 'robô assassino'?
Um robô assassino é uma arma totalmente autônoma que pode selecionar alvos sem a intervenção humana. Nenhuma arma assim foi apresentada pela indústria e não se sabe da existência de nenhuma, mas os avanços na tecnologia o tornam cada vez mais próximo da realidade.
Defensores dessa tecnologia dizem que as leis de guerra atuais são suficientes para resolver quaisquer problemas que possam surgir se eles forem usados.
Os que se opõem ao seu uso acreditam que se trata de uma ameaça à humanidade e que quaisquer "funções de morte" autônomas devem ser banidas.
A Carta Aberta às Nações Unidas sobre Determinadas Armas Convencionais está disponível em inglês, contendo também a lista completa dos signatários.
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