segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Associated Press / Folha de S. Paulo - Parques temáticos tentam proteger animais do furacão Irma na Flórida


A passagem do furacão Irma pelo Estado americano da Flórida, neste fim de semana, levou parques e reservas naturais a adotarem medidas de segurança para proteger os animais e impedir a fuga de alguns deles, como jacarés.


O parque Gatorland, em Orlando, removeu todos os animais, de cobras venenosas a guaxinins, para ambientes fechados. Quanto aos 2.000 jacarés da reserva, porém, a melhor coisa é deixá-los onde estão.


"Jacarés e crocodilos, eles nem ligam", disse o diretor do parque, Mike Hileman, ao jornal local "Orlando Sentinel". "Isso não é algo novo para eles. Se ficar realmente feio, eles tomam um fôlego e vão para o fundo da água."


O presidente do parque, Mark McHugh, gravou um vídeo na sexta-feira (8) para tranquilizar a comunidade, afirmando que nenhum jacaré irá escapar devido ao furacão.


Segundo o diretor do Gatorland, o parque conta com um largo perímetro de cercas ao redor de toda a propriedade, com altura de 2,4 metros. A reserva tem ainda um sistema de bombeamento de água e terá uma equipe para monitorar os jacarés durante a passagem do furacão, que mudou de trajetória e não deve passar por Orlando, que fica no centro da Flórida.


As medidas de segurança tentam evitar a repetição de cenas vistas há duas semanas em Houston (Texas) após o furacão Harvey, onde alagamentos provocaram a fuga de 30 jacarés do parque Gator Country.


No zoológico de Miami, flamingos e pássaros exóticos foram levados para um abrigo neste sábado (9).


O Sea World Orlando, que ficará fechado até terça-feira (12), e o Busch Gardens, em Tampa, terão funcionários no local para monitorar os animais. O Sea World recebeu cinco golfinhos de um parque temático nas ilhas Florida Keys, no extremo sul do Estado.


Na região de Palm Beach, na costa leste da Flórida, o curador do safári Lion Country, Brian Dowling, afirma que "vivemos em uma área propensa a furacões, então nossas instalações precisam ser desenhadas pensando nisso". "Obviamente", pondera ele, "nem tudo pode ser à prova de furacão".


O parque conta com leões, chimpanzés, rinocerontes, entre outros animais. Parte deles foi levada para abrigos especiais, projetados para se manter de pé ainda que prédios vizinhos sejam perdidos em tempestades. Outros foram mantidos em ambientes mais parecidos com o seu habitat do dia a dia, até mesmo com portões abertos.


Segundo o curador do parque, os animais sentem quando as coisas estão para dar errado, e aumentar o nível de estresse ao deixá-los trancados só piora a situação.


"Nós deixamos que esses animais decidam para onde querem ir", diz Dowling. "Os instintos deles dizem como sobreviver à tempestade."

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