sexta-feira, 20 de julho de 2018
Comissão aprova proibição de ações cruéis em rodeios e vaquejadas
A perseguição e laçada de animais em rodeios, vaquejadas e eventos
similares poderá ser proibida. Proposta (PL 2086/11) neste sentido foi
aprovada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
da Câmara dos Deputados. Segundo o texto, quem não cumprir a norma
poderá ser multado em até 30 mil reais.
Autor da proposta, o deputado Ricardo Trípoli, do PSDB de São Paulo, ressalta a crueldade que envolve esse tipo de atividade:
“Um animal indefeso, pequeno, novinho, sendo laçado, as patas todas
amarradas, e o sujeito pega pelo pescoço e asfixia o animal. Matando o
animal na frente de todo mundo. É uma coisa degradante. Então, a opinião
pública não quer mais isso. E o que nós estamos fazendo aqui é um
projeto que atenda a demanda das pessoas que têm expectativa e que não
querem ver mais maus-tratos aos nossos animais.”
O autor da proposta lembrou que, em eventos como a Festa do Peão de
Boiadeiro de Barretos, alguns touros jovens são abatidos depois de
ficarem paralisados quando têm suas colunas vertebrais quebradas por
peões.
Representante da Proanima – Associação Protetora de Animais -, Francisco Carlos Rosa destaca que os animais também têm direitos:
“Quando se fala de bem-estar animal, o que a gente vê mais assim nas
pessoas é o animal doméstico, é o cachorro, é o gato, mas sem esquecer
de que, por exemplo, porcos, os bois, todos eles têm também sentimentos,
sofrem, sentem dor. As pessoas não têm essa percepção. E é importante
que se tenha. Por isso que essa discussão no Congresso é tão importante
para as pessoas começarem a se conscientizar de que os animais têm
direito e não são apenas os animais que estão na nossa casa, cães,
gatos. Não, acho que todos os animais têm que ser protegidos e tem que
ser assegurado a eles o bem-estar.”
No ano passado, o Congresso aprovou uma emenda constitucional que
considera a vaquejada como evento cultural e desportivo. O deputado
Ricardo Trípoli contesta:
“O dicionário de Câmara Cascudo, que é um nordestino, e que lidava com
essas questões, dizia exatamente: isso não é uma atividade esportiva;
não é uma atividade cultural; não é uma atividade que leva as pessoas a
terem prazer. Leva os animais a terem sofrimento, e por conta dessa
atividade é que nós estamos fazendo um projeto de lei para acabar
definitivamente com esse tipo de atividade.”
O projeto foi rejeitado anteriormente pela Comissão de Agricultura. E
ainda será analisado pelas comissões do Esporte e de Constituição e
Justiça, antes de ser votado pelo Plenário da Câmara.
Fonte: Câmara Notícias
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