por
Thiago Gabriel
13
de setembro de 2018 | 0 Comments
A
campanha “Una-se pelo Clima” levou milhares de pessoas às ruas em todo o mundo
para exigir o fim do uso de combustíveis fósseis
O último
sábado (8) foi um dia histórico para a construção de um futuro mais verde.
Milhares de pessoas em mais de 90 países se uniram pelo clima para dizer
“Chega!” à emissão desenfreada de gases poluentes na atmosfera e adeus à era
dos combustíveis fósseis. Convocadas pela organização 350.org junto a centenas de coletivos
parceiros e grupos de atuação local, as marchas levantaram o grito da
campanha “Una-se pelo Clima” em mais de 900 ações
espalhadas por todos os continentes.
Manifestante
na cidade de Iquitos, no Peru, pede por 100% das energias renováveis. © Luis
Chumbe / Survival Media Agency
A exigência
das milhares de pessoas que saíram às ruas é por uma transição justa e imediata
dos combustíveis fósseis para100% das energias geradas por fontes limpas e
renováveis.
A
consciência global que mobilizou as manifestações é de que só assim será
possível garantir um futuro para as novas gerações e evitar o aquecimento do
planeta. Já são cada vez mais frequentes os desastres climáticos decorrentes da
poluição atmosférica e as populações vulneráveis são sempre as mais atingidas.
Desde a
construção de barragens que podem alagar comunidades inteiras e afetar os meios
de subsistência locais até a proteção de defensores ambientais ameaçados em
áreas rurais, as pautas foram variadas em cada região e deram visibilidade para
as demandas locais. Na Colômbia, a polícia tentou impedir a manifestação contra
a construção de uma hidrelétrica na região de Ituango.
A marcha em Ituango, na Colômbia, protestou contra a construção de uma hidrelétrica na região. © Mauricio Mejia / Survival Media Agency
Vista aérea da manifestação em São Francisco, EUA. © Anesti Vega
A data
escolhida para as marchas também envia um recado direto aos governantes que
devem agir pelo planeta. Neste dia 12 de setembro, tem início a Cúpula
Global de Ação Climática que reúne políticos, empresários e lideranças
globais na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos. Na cidade-sede do
encontro, uma enorme manifestação tomou conta das ruas e exigiu compromissos
reais dos governantes pelo fim do uso de combustíveis fósseis.
No Brasil,
as ações aconteceram em Florianópolis, Rio de Janeiro e em cidades do interior
de São Paulo. Muitos atos contaram com atividades de conscientização sobre as
mudanças climáticas e envolveram trabalhos artísticos que atentaram para a
situação do planeta, como no caso do artista paulistano Mundano.
Ação de
conscientização em Belém, Pará. Manifestações aconteceram em diversas regiões
do Brasil.
A diretora-executiva do Greenpeace, Bunny McDiarmid, escreveu um artigo (em inglês) na véspera das manifestações “Una-se pelo Clima”. No texto, ela cita tragédias recentes decorrentes das mudanças climáticas e aponta para a necessidade de não silenciar frente ao aquecimento global: “Comunidades ao redor do mundo estão exigindo mudanças. Elas estão dizendo ‘Não!’ ao sofrimento, às condições climáticas extremas, à poluição dos combustíveis fósseis e a piora na qualidade do ar. Elas pedem que os líderes políticos ajam, enquanto também buscam a responsabilização e justiça climática.”
Ela também
fala sobre a necessidade de pressionar os governantes reunidos para a adoção de
medidas concretas e imediatas em direção ao uso de fontes renováveis. “Nos
últimos 30 anos, os políticos debateram e discordaram sobre a mudança climática
enquanto a indústria de combustíveis fósseis enriquecia e a realidade do
aquecimento global se aproximava inexoravelmente. Não estamos mais no limite da
mudança climática, estamos vivendo nela. Esta é a hora da verdade.”, escreveu
Bunny.
Milhares de
pessoas ocupam as ruas de Paris. © Manon Godefroi
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