Nossa
comida coloca o planeta sob pressão
por
Greenpeace Brasil
1 de
agosto de 2018 | 0 Comments
A população mundial usa mais recursos naturais do que o
planeta consegue regenerar. A cada ano, entramos no “cheque especial” da Terra
mais cedo. E a forma como produzimos nossos alimentos contribui enormemente
para esse déficit ambiental
O modelo agrícola dominante no Brasil causa impactos
negativos à saúde e ao meio ambiente. © Daniel Beltrá/ Greenpeace
Este ano, o dia 1º de agosto ficou marcado como o “Dia da
Sobrecarga da Terra”, data em que o volume de recursos naturais usados pela
humanidade excede a capacidade de renovação dos ecossistemas da Terra, no
período de um ano. Ou seja, em apenas 212 dias a população mundial consumiu
alimentos, água, madeira e outros recursos calculados para 365 dias.
A data, que tem ocorrido mais cedo a cada ano, é indicada
pela organização Global Footprint Network por meio de um cálculo sobre a
capacidade anual de regeneração dos recursos naturais em relação ao que é
consumido mundialmente. Leia mais sobre o Dia da Sobrecarga da Terra e como
esse cálculo é feito aqui.
Globalmente, a produção de comida corresponde a 26%
do esgotamento de recursos deste ano, o que reforça a necessidade de
adotarmos urgentemente formas mais sustentáveis de produção e consumo de
alimentos. No Brasil, temos um modelo agrícola dominante que tem fechado
completamente os olhos para esta realidade e negado a necessidade de formas mais
saudáveis de produzir.
Pior e mais agressivo que o próprio modelo de produção
agrícola são seus ferrenhos defensores e verdadeiros negacionistas desse
processo de sobrecarga: a bancada ruralista. Esses parlamentares, que
representam maioria hoje no Congresso, têm feito esforços gigantescos para
garantir as leis que os beneficiam direta e imediatamente.
A discussão do Pacote do Veneno foi emblemática. Mesmo com o posicionamento
da comunidade científica e da sociedade, contrárias ao projeto, os ruralistas
rasgaram, sem qualquer constrangimento, a integridade do meio ambiente, a saúde
da população e sua segurança alimentar, em favor de um texto que quer facilitar
ainda mais a entrada de veneno no nosso país. A negação de um novo modelo e a
insistência em utilizar mais e mais agrotóxicos dá tração cada vez maior para
este modelo injusto, tóxico e insustentável. E, dessa forma, o modelo
convencional segue “tratorando” a terra e seus recursos, esgotando-os e
destruindo nossa capacidade futura de produção.
Alarmismo? Catástrofe? Não, apenas a realidade que está
diante de nossos olhos. Parlamentares ruralistas reafirmam diariamente que não
há espaç
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