Associação Park
Way Residencial
Excelentíssimo Senhor
Presidente da Câmara Legislativa
A Associação Park Way Residencial (APWR), entidade
que há mais de seis anos defende a preservação dos recursos naturais do Park
Way e do DF como um todo, vem a público repudiar os acontecimentos ocorridos
durante a realização do Fórum sobre a LUOS, realizado no dia 26 de novembro
último no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
A animosidade de grande parte dos presentes,
em sua maioria composta por proprietários dos lotes irregulares, contra os
ambientalistas e professores universitários presentes, foi demonstrada antes mesmo
do início do Fórum, através de gritos dirigidos aos moradores do Lago Sul e do
Park Way e chutes ao mobiliário da Câmara Legislativa.
Com o início dos trabalhos foram inúmeras as
vezes que os proprietários dos lotes irregulares vaiaram os
discursos dos ambientalistas em favor de uma atitude mais cautelosa do governo
em relação à ocupação do solo do DF, demonstrando impaciência e intolerância contra
qualquer tipo de postura comedida e racional vis a vis a preservação dos
recursos hídricos.
Tal intolerância
aumentou durante as alocuções da Professora Mônica Verissimo e do Professor
Frederico Flósculo, ambos da UNB. A Professora Monica Verissimo alertou os
presentes sobre a contaminação e o excesso de utilização das águas do Lago Paranoá
e o Professor Flósculo denunciou as irregularidades que estavam sendo cometidas
na execução da LUOS, como por exemplo, sua aprovação antes da avaliação do ZEE-Zoneamento
Econômico Ecológico, quando o normal é que ocorresse o inverso.
Aqueles proprietários, contudo, estavam
avessos a qualquer tipo de ponderação que, na visão deles, acarretasse a não
inclusão de seus terrenos irregulares na LUOS ou o adiamento da aprovação da
LEI. Passaram a exigir, aos gritos, a aprovação imediata da LUOS e, quando a
Deputada Telma Rufino encerrou a sessão devido ao clima de insegurança
instalado no recinto, demonstraram sua decepção agredindo, com violência, a
Professora Monica Verissimo derrubando –a no chão e pisoteando seu corpo indefeso.
A democracia e o respeito às instituições
constituem elementos essenciais ao Estado de Direito. A vida pública impõe a
todos o dever de tratamento respeitoso para que o debate ocorra no campo das idéias
e dos contornos consagrados na Carta Constitucional em vigor e nunca descambe
para ataques pessoais ou contra instituições. O ocorrido durante o Fórum da
LUOS foi ainda mais grave pois a violência física foi empregada contra uma
senhora indefesa e professora universitária cujo único “erro” foi dar
informações técnicas sobre a crise hídrica
que aflige Brasília e da necessidade de preservar o Lago Paranoá.
Diante do exposto, esta Associação ambientalista
insta Vossa Excelência a realizar os estudos referentes ao ZEE antes da aprovação da LUOS, de modo a dirimir dúvidas
a respeito do correto encaminhamento da LUOS e a aumentar
a segurança dos fóruns e das audiências públicas para evitar que incidentes lamentáveis
como o do dia 26 voltem a ocorrer.
Flavia
Ribeiro da Luz
Presidente
da Associação Park Way Residencial
Brasília,
27 de novembro de 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário