Uma investigação do Greenpeace Andino revelou que grandes empresas petrolíferas, como a Total, Shell Chevron e Exxon, estão descartando ilegalmente resíduos de processos industriais no norte da Patagônia, na Argentina. Isso está colocando em risco o meio ambiente, espécies de animais e pessoas.
O depósito é feito pela empresa Treater S.A., que opera para as petrolíferas. Os resíduos químicos são restos do processo de fraturamento hidráulico (fracking) e estão sendo despejados sem qualquer tratamento ou proteção em aterros a céu aberto.
Tudo isso está acontecendo a menos de 5 quilômetros do rio Neuquén e da cidade de Añelo, na Argentina, onde há campos agrícolas e fontes de água potável das quais a população depende. Em menos de dois anos, um dos depósitos de lixo alcançou o tamanho de 15 campos de futebol.
Pesquisadores do Greenpeace coletaram amostras de solo ao redor das cidades de Añelo e Neuquén, incluindo a instalação de resíduos da Treater e descobriram quantidades acima do aceitável de produtos químicos tóxicos. Essa poluição representa um risco para a saúde das comunidades. “O modo como essas petrolíferas operam é puro vandalismo ambiental e demonstra o pouco controle que as autoridades locais realmente têm”, disse Paul Horsman, porta-voz da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Andino.
A população já registrou uma queixa criminal em outubro pedindo ao Ministério Público para investigar possíveis responsabilidades criminais. Representantes do Greenpeace Andino escreveram aos CEOs da Treater e das seis petrolíferas implicadas.
A Treater respondeu que sua operação é legal e a Shell reconheceu um relacionamento com a Treater, mas alegou que as autoridades são responsáveis pela supervisão de suas operações. A Total solicitou uma reunião com o Greenpeace, mas não comentou as conclusões da investigação. As outras empresas nem responderam.
A petrolífera Total: conhecida de longa data
Além de operar na Argentina, a petrolífera francesa Total também está de olho no petróleo do Brasil. Ela é uma das empresas interessadas em explorar a foz do rio Amazonas, perto dos Corais da Amazônia. Em 7 de dezembro, o Ibama negou a licença para a empresa, barrando seu projeto.
O envolvimento da Total em mais esse escândalo coloca em dúvida a maneira como a empresa lidaria com sua responsabilidade socioambiental no caso de um impacto. Só mostra mais uma vez que a atividade petrolífera é arriscada e envolve problemas ambientais inaceitáveis.
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