Coalas estão "funcionalmente extintos", alerta fundação australiana
Não há mais coalas adultos com capacidade reprodutora para gerar uma população suficiente nas próximas gerações: os animais sofrem com os efeitos do aquecimento global
19/05/2019 - 12H08/ atualizado 12H08 / por Redação GalileuOs coalas estão “funcionalmente extintos”, de acordo com a Fundação Australiana dos Coalas ( AKF, da sigla em inglês). Isso significa que não hámais coalas adultos com capacidade reprodutora para gerar a próxima geração desses mamíferos em quantidade suficiente. Atualmente, existem apenas 80 mil coalas ainda remanescentes.
A baixa quantidade de coalas pode ainda resultar em uma série de endocruzamentos, isto é, pode ser que haja cada vez mais acasalamentos de indivíduos que são geneticamente próximos. Os descendentes de tais endocruzamentos, por sua vez, podem ser afetados por problemas de má-formação física, o que pode ajudar no processo de extinção dos coalas.
“É difícil dizer exatamente quantos coalas ainda estão em Queensland, New South Wales, Victoria, no sul da Austrália e no território da capital australiana, mas eles estão altamente vulneráveis à ameaças como o desmatamento, doenças e os impactos do aquecimento global”, afirmou Adams-Hosking, que estudou os efeitos das mudanças climáticas na população de coalas.
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De acordo com a AKF, 80% do habitat natural dos coalas foi removido. Além disso, apenas 41 dos 128 habitats de coalas ainda remanescentes na Austrália possuem ainda algum exemplar da espécie.
“A população australiana está preocupada com a segurança dos coalas e está cansada de achá-los mortos nas estradas”, afirmou a presidente da AFK, Deborah Tabart, em comunicado.
Tabart prometeu chamar a atenção do primeiro ministro da Austrália, Scott Morrison, para promulgar o Koala Protection Act (KPA), uma legislação que foca na proteção dos habitats dos coalas e é baseada no Bald Eagle Act, dos Estados Unidos, que conseguiu remover as águias da lista de espécie ameaçadas.
“O Bald Eagle Act teve sucesso pois houve movimentação política para garantir que o ícone norte-americano não entraria em extinção. Já é hora do coala ganhar o mesmo respeito", defendeu Tabart.
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