SERGIO LIMA via Getty Images Manifestantes em prol da Amazônia se reúnem em Brasília (DF), nesta sexta-feira (23).
Manifestantes
lotaram as ruas de diversas capitais do País nesta sexta-feira (23)
para protestar contra o desmatamento da Amazônia e chamar atenção para
as política ambientais do governoJair Bolsonaro, que gerou crise internacional.
Atos
foram registrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba.
Desde o início da tarde de hoje, estudantes, ativistas e membros de ONGs
fecharam a Avenida Paulista com gritos de “Fora, Salles”, contra
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, e “Bolsonaro sai, a Amazônia
fica”.
Manifestação foi organizada por integrantes do grupo
#AmazôniaNaRua, que contava com mais de 12 mil pessoas confirmadas em
evento do Facebook. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, cerca de 5 mil pessoas iniciaram o ato.
SERGIO LIMA via Getty Images "Você respira dinheiro?", questiona máscara de manifestantes em Brasília.
Em
Brasília, o ato reuniu cerca de 500 pessoas na Esplanada dos
Ministérios. Manifestantes vestiam máscaras hospitalares como protesto (veja imagem acima) e em referência à má qualidade do ar no Brasil devido às queimadas.
Dados
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta que as
queimadas na Amazônia aumentaram 82% de janeiro a agosto de 2019 em
relação ao mesmo período de 2018, representando a maior alta em sete
anos.
NELSON ALMEIDA via Getty Images Manifestantes fecham a Avenida Paulista (sentido Consolação), na noite desta sexta-feira (23).
No
Rio de Janeiro, centenas de manifestantes se reuniram na Cinelândia e
caminharam até o prédio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), que é gestor do Fundo Amazônia, bradando em coro
“Fora, Salles”, assim como em São Paulo. Segundo o Estadão, mais de 5 mil pessoas participaram do ato, de acordo com organizadores.
Já em Curitiba, segundo a Folha,
um grupo de indígenas realizou uma apresentação antes de uma caminhada
que reuniu centenas de pessoas pelo Centro Cívico, na região central da
cidade, onde ficam prédios do governo.
Protestos pela Amazônia fora do País
ASSOCIATED PRESS Manifestante segura cartaz com dizeres "elemine Bolsonaro" na Cidade do México.
Também
houve protestos fora do país. Milhares de ativistas protestaram do lado
de fora da embaixada do Brasil na França nesta sexta-feira, no momento
que se intensificam as divergências entre os líderes dos dois países na
área ambiental, e manifestações semelhantes ocorreram em Londres.
Atos
também foram registrados em Paris (França), Madri (Espanha), Dublin
(Irlanda), Barcelona (Espanha), Lisboa (Portugal), Berlim (Alemanha),
Genebra (Suíça), Nápoles (Itália), Amsterdã (Holanda).
Na América Latina, manifestações ocorreram em Arequipa (Peru), Buenos Aires (Argentina) e Cidade do México (México).
Pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional
Adriano Machado / Reuters Presidente Jair Bolsonaro fez pronunciamento na TV sobre a Amazônia nesta sexta.
No momento em que acontecem protestos pelo País em favor da Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro,
na noite desta sexta-feira (22), fez pronunciamento em rede nacional,
no qual disse que Brasil é “exemplo de sustentabilidade” e que terá
“tolerância zero com a criminalidade” ao se referir às queimadas.
No
pronunciamento, o presidente anunciou que autorizou uma operação de
Garantia da Lei e da Ordem, ou seja, apoio do Exército no combate ao
desmate. “Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade, e na
área ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a
todos os estados da Amazônia Legal. Com relação àqueles que a aceitarem,
autorizarei operação de Garantia da Lei e da Ordem, uma verdadeira GLO
ambiental.”
Segundo
o presidente, “o emprego de pessoal e equipamentos das Forças Armadas,
auxiliares e outras agências permitirão não apenas combater as
atividades ilegais como também conter o avanço de queimadas na região”.
“Estamos
numa estação tradicionalmente quente, seca e de ventos fortes, em que
todos os anos infelizmente ocorrem queimadas na região amazônica”
A
informação, no entanto, não é verdade. Segundo o Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia (Ipam), não é possível atribuir as queimadas à
seca. Os municípios com maior índice de focos de incêndio também são os
com maior índice de desmate.
Após reação das ONGs envolvidas e de
líderes de governos estrangeiros, como o presidente francês, Emmanuel
Macron, Bolsonaro admitiu que poderia haver envolvimento de fazendeiros
nas queimadas e reconheceu que elas eram prejudiciais ao país.
Ao
final, o presidente afirmou que não espera punições devido à atuação de
seu governo na Amazônia. “Incêndios florestais existem em todo o mundo,
isso não pode servir de pretexto para possíveis sanções internacionais”,
disse.
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